Solly Boussidan, Direto da Antártida
A polêmica que envolveu parlamentares em Brasília e moradores do Acre por conta da eliminação do quarto fuso horário do Brasil não faria muito sentido se o território brasileiro se localizasse a uma latitude tão extrema quanto a Antártida. Na época da discussão, muitos acreanos reclamaram que com o adiantamento do fuso do Estado em uma hora os trabalhadores teriam que sair de casa ainda durante a noite e iriam ter de ir dormir enquanto ainda era dia.
A ideia pode parecer incômoda, mas dormir com o sol raiando durante toda a noite é rotina para muitos cientistas que vivem e trabalham na Antártida. No continente gelado, o sol nasce durante a primavera e só volta a se pôr com o término do verão. No polo sul, há seis meses seguidos de claridade, com o sol visível no horizonte. O fenômeno é chamado de sol da meia-noite ou noite-branca e ocorre tanto no hemisfério sul quanto no hemisfério norte – sempre em latitudes além do círculo polar.
O sol da meia-noite ocorre por causa da inclinação do eixo terrestre em relação à órbita traçada por nosso planeta ao redor do Sol. A inclinação terrestre é de 23 graus, o que é suficiente para deixar uma das regiões polares do planeta sempre exposta à luz do sol, de acordo com a época do ano.
Foto: Solly Boussidan / Especial para o Terra