Uma aventura no deserto ou uma expedição no polo sul pode levar o corpo ao extremo. Tanto frio quanto calor são capazes de matar. O anesteseologista Alexandre Slullitel afirma que cada organismo tem um comportamento individual muito diferente, por isso, é difícil precisar a temperatura máxima ou mínima que podemos suportar. O que pode ser determinante, mais do que a temperatura em si, é o tempo de exposição. “Tudo depende da intensidade, da variação de temperatura e do tempo em que o organismo é exposto”, alerta o especialista. Os principais sintomas de quem está sofrendo hipertermia (excesso de temperatura corporal) são suor, desidratação, boca seca, pele flácida e a consequente parada do funcionamento dos órgãos. Já na situação contrária, na hipotermia, as primeiras reações do corpo são tremor e contração muscular. No livro A Vida no Limite - A Ciência da Sobrevivência, a fisiologista inglesa Frances M. Aschcroft afirma que, em um ar parado de -29º C, há pouco perigo para uma pessoa adequadamente vestida. Se o vento for de meros 16 km/h, porém, a sensação térmica cai para o equivalente a -44º C e a pele congela em menos de um ou dois minutos. Já no calor, se a temperatura basal - temperatura dos tecidos do corpo e do abdômen - passar dos 42º C ocorrerá morte por insolação. No livro, há o registro de um homem que suportou 15 minutos a uma temperatura de 105º C!