Até então os nazistas haviam enfrentado países pequenos e de poucos recursos humanos e materiais, quase sem tradição militar. Esperava-se que a França fosse resistir com mais eficiência, pois contava igualmente com a colaboração de um corpo expedicionário britânico. Vis a vis, os exércitos franceses tinham um número equivalente em homens, tanques e aviação, além de terem sido vitoriosos em 1914/18. No entanto, a catástrofe francesa foi ainda maior pelo inesperado arrojo das tropas alemãs.
Os franceses haviam concentrado suas mais eficientes tropas na fronteira com a Bélgica, pois fora dali que os alemães iniciaram a invasão em 1914. Estavam confiantes na segurança que a Linha Maginot lhes dava e se preocuparam com a região das Ardenas, ocupadas por florestas e extremamente acidentada. Por via das dúvidas colocaram à saída da floresta, um dos seus menos capazes exércitos, o 9º.
Foi exatamente nessa região que se deu o golpe de força alemão dividindo o exército francês em dois, fazendo com que o flanco esquerdo se retirasse juntamente com o corpo expedicionário britânico para a costa do Atlântico. O pânico estabeleceu-se na retaguarda francesa. Milhares de refugiados entupiam as estradas e impediam o deslocamento de tropas necessárias para tapar as brechas. A estrada para Paris abriu-se para os alemães. Enquanto isso, mais de seiscentos mil homens estavam sitiados na Linha Maginot, assistindo impotentes o desastre militar e político de seu país. O exército francês pulverizou-se em menos de três semanas, surpreendendo inclusive os alemães.
Tropas nazistas desfilam por Paris em 14 de junho - Foto: Getty Images
As tropas nazistas desfilam por Paris em 14 de junho e cinco dias depois alcançam a costa atlântica. Dia 22 de junho ocorre o armistício de Compiègne, onde a França se rende. O país é dividido em duas zonas, uma ocupada pelos alemães, outra pelo governo colaboracionista do Marechal Petain. O espírito derrotista contaminou o país, fazendo com que somente o Gen. De Gaulle pregasse a necessidade da continuação da luta. As restantes tropas anglo-francesas conseguem evitar a destruição completa graças a evacuação de Dunquerque. Apesar da catástrofe francesa a Inglaterra, agora sob a liderança de W. Churchill, promete continuar na guerra até a vitória final ("sangue, suor e lágrimas").
1940: Marechal Francês Henri Philippe Petain (1856 - 1951), chefe do governo colaboracionista - Foto: Getty Images