A chance de pum pegar fogo existe, sim, mas é muito pequena. Entre os gases que compõem o pum está o metano (CH4), que é uma substância combustível e pode incendiar se em contato com algo que produza fogo, como uma faísca de um isqueiro.
A presença do metano depende da alimentação, mas a concentração em geral é baixa, cerca de 25% dos gases. Só para comparar, um cilindro de Gás Natural Veicular (GNV) contém 80% de metano. Nesse caso, a probabilidade de pegar fogo é significativamente maior, por isso a necessidade de manter um equipamento dentro das normas de segurança.
Também estão presentes na flatulência, de acordo com o professor de Química, João Usberco, o gás carbônico, oxigênio, nitrogênio e outros derivados, como o gás hidrogênio e o gás sulfídrico, que não pegam fogo.
Na flatulência das vacas, a concentração de metano é bem maior, e o processo de digestão destes animais produz grandes quantidades do gás. Quando liberado na atmosfera, o metano aumenta o efeito estufa, o que contribui para o aquecimento global. Mesmo com essa potência toda, a possibilidade de um pum de vaca pegar fogo também é muito pequena.
Pela grande concentração de metano, o estrume de cavalos, assim como os excrementos de suínos, aves e caprinos, são utilizados no Brasil para a produção de energia. Vários projetos em localidades diferentes do Brasil, como Brasília, Paraná, Tocantins e Ceará, já utilizam biogás, produzido a partir das fezes de animais, para produzir energia limpa e renovável.
A diretora do Departamento de Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Laura Porto, afirma que a utilização dessa matéria-prima para produção de biogás colabora para a redução no lançamento de gases que causam efeito estufa.