Modelo com núcleo e elétrons substituiu teoria do átomo indivisível
A ideia de átomo já existia na Grécia Antiga, quando se pensava que um material consecutivamente dividido chegaria a um ponto em que não mais poderia ser partido. As reflexões em torno do átomo ressurgiram na química no fim do século 18 e culminaram na formulação da Teoria Atômica do físico e químico inglês John Dalton, no início do século 19. Segundo o pesquisador, toda matéria possuía átomos em sua composição, unidades mínimas e indivisíveis. A ideia, publicada em 1808, era inovadora, mas não diferia o átomo do que hoje é considerado molécula (conjunto de átomos). "Talvez a molécula da água fosse considerada um átomo", ilustra o professor de História da Ciência da Universidade de São Paulo (USP) Gildo Magalhães.
A teoria de que o átomo não poderia ser dividido foi contrariada no fim do século 19, quando se descobriu que ele era constituído de duas partes: um núcleo central e elétrons que o circundavam. A partir daí, alguns modelos atômicos foram propostos, como o de Ernest Rutherford, que previa o núcleo como o Sol e os elétrons no lugar de planetas, ideia semelhante à de um planetário. Com o passar dos anos, as pesquisas científicas detectaram que o próprio núcleo poderia ser dividido em prótons e nêutrons. Magalhães observa que, hoje em dia, a física nuclear admite que mesmo os prótons e nêutrons são compostos de outras partículas menores, denominadas quarks. "São hipóteses, mas para alguns já é uma teoria", afirma.
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