Pasteur contrariou teoria da geração espontânea

O debate em torno da possibilidade da vida se originar a partir da não-vida motivou diversas experiências na segunda metade do século 19. Antes, apostava-se na teoria da geração espontânea, segundo a qual a vida poderia ser gerada por algo sem vida. "Se havia uma carne apodrecendo e de repente aparecia uma mosca, acreditava-se que a carne tinha dado origem aos bichos", exemplifica a professora do Programa de Estudos Pós-graduados em História da Ciência da PUC-SP Silvia Waisse.

A teoria da geração espontânea - ou teoria da abiogênese - começou a ser questionada no século 17 pelo italiano Francesco Redi, que constatou que as moscas surgiam dos ovos colocados por outras moscas. No século 19, o biólogo francês Louis Pasteur desenvolveu uma nova experiência que colocou a abiogênese novamente em xeque. As conclusões de Pasteur foram muito utilizadas na época, principalmente no processo de esterilização (pasteurização) de alimentos. Mesmo assim, o professor de História da Ciência da Universidade de São Paulo (USP) Gildo Magalhães explica que vários cientistas tentaram repetir a experiência, mas chegaram a um resultado diferente do obtido por Pasteur. Para eles, a vida ainda poderia surgir da não-vida. A polêmica prevalece até hoje, principalmente porque tem influência na discussão sobre a origem da vida e do universo. Contudo a teoria vigente ainda é a do Pasteur.

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