A jornalista Sandra Gomide, 33 anos, foi morta com dois tiros em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo, em agosto de 2000. O ex-namorado de Sandra, então diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta Neves, confessou o crime, alegando que a colega o traía. Os dois se conheceram em 1997 e tiveram um relacionamento por cerca de três anos. Ele chegou a ficar preso por sete meses enquanto respondia ao processo, mas conseguiu habeas-corpus para aguardar a sentença em liberdade.
Em 2006, Pimenta Neves foi condenado a 19 anos e dois meses de reclusão em regime fechado, mas o juiz de Ibiúna concedeu ao jornalista o direito de recorrer em liberdade. Alegando que a confissão espontânea é atenuante de pena, a defesa conseguiu no Tribunal de Justiça de São Paulo a redução da pena para 18 anos e, depois, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), para 15 anos. Os advogados do jornalista continuaram recorrendo até que, em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o último recurso e determinou que a pena fosse imediatamente cumprida. Em seguida, policiais cercaram a casa de Pimenta Neves, na capital paulista, e ele se entregou.