O Harakat al-Shabaab al-Mujahidin (Movimento do Jovem Guerreiro, mas mais conhecido simplesmente como Al-Shabaab, ou A juventude) é uma organização islâmica de resistência que controla boa parte do sul da Somália, no Chifre da África. O grupo passou a atuar em 2006, em oposição ao governo de transição que se instaurava na Somália.

Suas origens são mais antigas e remontam às Al-Ittihad Mahakem al-Islamiya (União das Cortes Islâmicas), grupo originado nas décadas de 1980 e 1990, quando do colapso do regime somaliano. As Cortes também se opunham ao governo somali e tinham como objetivo a instauração de um Estado islâmico na Somália. Desde 1991 a Somália não tem um governo central, facilitando a ação da Al-Shabaab, aliado à disponibilidade dos líderes tribais em colaborar com os militantes.

Costuma-se acordar que a Al-Shabaab seja liderada por Sheikh Mohamed Mukhtar Abdirahman "Abu Zubeyr”, embora a área de influência do grupo seja dividida em quatro partes, cada uma das quais sob a tutela de uma liderança distinta. Estima-se inclusive que a amplitude da ação da Al-Shabaab tenha provocado cisões internas no grupo.

Uma das suas características, segundo o Council for Foreign Relations, é o recrutamento a força entre os somalis, muitos dos quais não acreditariam na ideologia do grupo. Recentemente, como informam relatórios da Casa Branca, somalis moradores em outros países, como Estados Unidos, têm demonstrado interesse e retornado o país para ajudar na luta armada.

A fome que corrói grande parte da Somália e deixa milhões desnutridos tem direta relação com o grupo. Por um lado, o aumento da fome nos últimos anos enfraqueceu o grupo. Por outro, o grupo é ele mesmo responsável pela desnutrição da população, em razão da proibição do acesso da ajuda internacional aos somalis, em 2009.

Com a retirada das tropas etíopes do país em 2009, o Al-Shabaab perdeu seu maior inimigo. Mas o ataque de julho de 2010 a um bar de civis em Uganda, durante um jogo da Copa do Mundo da África do Sul, marcou a primeira ação internacional do grupo, defendida como uma reação da milícia ao envio de soldados de Uganda para participar das forças internacionais da União Africana no país.

Em 2007, os líderes da Al-Shabaab declararam possuírem ligações com a Al-Qaeda, razão pela qual a organização entrou para a lista de grupos considerados terroristas pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008. Recentemente, o governo somali comemorou a retirada total da capital Mogadíscio das tropas da Al-Shabaab. O governo comemorou declarou o episódio como uma derrota para a milícia, que, por sua vez, afirmou se tratar de uma retirada estratégica do grupo.

حركة الشباب المجاهدين‎ (Al-Shabaab)

Combatentes armados da Frente Democrática de Salvação da Somália posam para foto em Bufo, a 85 km de Mogadíscio, em março de 1991, dois meses após a fuga do presidente Siad Barre, que deixava um país nas mãos de diversos grupos armados rivais entre si - Foto: AFP