O Exército de Libertação do Baluchistão (Baloch Ajoee Lashkar, no original em balúchi) é uma organização terrorista que luta pela formação de um Estado independente na região, localizada no sul do Afeganistão, sudeste do Irã e sudoeste do Paquistão. Os líderes do grupo promovem e incentivam ataques terroristas, com uso de carros-bomba, minas terrestres e armas de fogo, para assassinar civis e militares de qualquer etnia diferente da balúchi que estejam na região.

A origem do BAL é recente. O primeiro atentado reivindicado pelo grupo foi uma série de explosões em mercados e linhas de trem do distrito de Quetta, em junho de 2000, que matou 25 soldados paquistaneses e cinco civis, além de deixar vários feridos. No mês seguinte, diversos morteiros de fabricação russa foram disparados contra instalações militares paquistanesas, que também foram alvos de minas terrestres instaladas pelo BAL. O número de soldados mortos nestes ataques não foi divulgado.

Muitas das vítimas de ataques de membros do BAL são civis, principalmente da etnia punjabi. Entre os grupos mais ameaçados estão os barbeiros, que são acusados de atuarem como espiões do governo paquistanês em território balúchi.

Em maio de 2004, três engenheiros chineses que trabalhavam em um projeto de uma hidrelétrica que iria possibilitar uma maior irrigação de áreas de fazendeiros balúchis pobres foram mortos na explosão de um carro-bomba. Outras 11 pessoas ficaram feridas no ataque. O governo do Paquistão acusa os rebeldes de tentar desestabilizar a região para tentar assumir o controle político do Baluchistão.

O estopim para que o Exército de Libertação do Baluchistão fosse declarado uma organização terrorista foram os eventos ocorridos em agosto de 2006. No dia 18, o exército paquistanês conduziu uma operação para prender membros do BAL. Durante a ação, os militares foram atacados com mísseis pelos guerrilheiros. O ataque resultou em três soldados mortos e sete feridos. Em outro incidente desta mesma operação, um grupo de soldados foi surpreendido pela explosão de uma mina terrestre instalada pelo BAL. Dois militares morreram e cinco ficaram feridos.

A resposta do exército paquistanês veio no dia 25 daquele mesmo mês. Os militares usaram helicópteros de combate para lançar mísseis contra esconderijos de líderes tribais que teriam envolvimento com o BAL. Quatro supostos comandantes da organização terrorista foram mortos nesta operação.

Ao lado do BAL, lutam ainda pela criação do Estado do Baluchistão grupos como Fronte de Libertação, Fronte Popular de Libertação, Movimento Autonomista, Exército Republicano Balúchi, entre outros. No entanto, o BAL é a única organização classificada como terrorista, e tida como a mais perigosa entre todas que atuam na região.

Exército de Libertação do Baluchistão

Guerrilheiros montam guarda nos vales de Dera Bugti, na província de Dera Bugti - Foto: Getty Images