As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) foram criadas em 1964 por Manuel Marulanda com o objetivo de tomar o poder político pela força e implantar na Colômbia o sistema socialista. Não há acordo amplo sobre as Farc, seus objetivos e sua ligação com o tráfico de drogas. Para alguns, a guerrilha não promove mais uma luta política, como na época de sua fundação, mas sim uma luta econômica. Para outros, existe uma condição de oposição e até de conflito entre as guerrilhas e os narcotraficantes.

Após anos de atividade intensa, as Farc foram abafadas pelo presidente Alvaro Uribe (2002-2010), que adotou uma postura de combate ao grupo. Entre as medidas do programa de segurança adotadas pelo presidente estavam a distribuição de recompensa para os soldados que capturassem guerrilheiros, recompensa para os que denunciassem participantes da guerrilha, redução da pena para os que se entregassem e promessa de que não seriam extraditados para os Estados Unidos, cumprindo pena na Colômbia.

A estratégia adotada por Uribe para combater as Farc conta especialmente com o uso das Forças Armadas. Consideradas as com melhores condições de treinamento da região, elas foram responsáveis por combater o alto número de sequestros no país e assim ganhar a confiança da opinião pública. Segundo dados do Ministério da Defesa da Colômbia, o número total de casos caiu de 2.882, em 2002, para 486, em 2007. Os atentados terroristas caíram de 1.645, em 2002, para 387, em 2007.

Marulanda, por sua vez, morreu sem ver as Farc sofrerem um de seus principais golpes. Em 26 de março de 2008, um ataque cardíaco pôs fim à luta de aproximadamente 60 anos do líder revolucionário para fundar um Estado marxista. Após a morte do líder, Guillermo Leon Saenz Vargas, conhecido como Alfonso Cano, assumiu o comando das Farc. Antropólogo com origem na classe média, Cano participou primeiro o Partido Comunista, de onde saiu para integrar a guerrilha, há 30 anos.

Outro ponto que pode ser determinante no enfraquecimento cada vez mais evidente da guerrilha é a revolta da população contra o movimento. Embora líderes como Cano defendam que as Farc contam com o apoio dos colombianos, o que se vê, e cada vez mais, são cidadãos da Colômbia e de outras partes do mundo indo às ruas para se manifestar contra os seqüestros realizados pela guerrilha.

Um dos episódios mais marcantes da história recente das Farc e da Colômbia foi o resgate, em 2 de junho de 2008, da senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt. A operação garantiu prestígio ao presidente Álvaro Uribe e evidenciou o enfraquecimento da guerrilha.

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Familiares de 67 soldados feitos reféns pelas Farc fazem protesto por sua libertação - Foto: AFP