O Movimento para a Emancipação do Delta do Níger (Mend, na sigla em inglês), é um dos maiores grupos armados da Nigéria. A organização encabeça a luta contra o que consideram ser a exploração e a opressão da população local e a devastação do meio ambiente pelas empresas estrangeiras de extração de petróleo. As táticas terroristas do grupo incluem sabotagens, roubos, destruição de propriedade privada, e sequestros.

A declaração de guerra do Mend data de janeiro de 2006, quando os líderes do movimento enviaram uma declaração em que alertavam a indústria petrolífera da região. “Está claro que o governo nigeriano não pode proteger os seus funcionários e bens. Saiam da nossa terra enquanto podem ou morram nela. Nosso objetivo é destruir totalmente a capacidade do governo nigeriano de exportar petróleo”, disse o grupo, em comunicado.

Para os membros da organização, a riqueza gerada pela extração e venda de petróleo deveria ser dividida entre os moradores da região do delta do rio Níger, e não alvo de exploração das multinacionais que operam no país. O Mend também critica fortemente o governo nigeriano, que segundo os guerrilheiros, não cobra medidas de compensação adequadas pelo impacto ambiental gerado na região.

Para alguns, o poder do Mend ultrapassa a luta política e ideológica para atuar, de fato, como uma guerrilha armada que comanda diversos outros clãs menores que se juntam aos combates em troca de pagamentos em dinheiro. Esses movimentos surgiram quando regimes ditatoriais ordenaram a desapropriação de terras de fazendeiros locais em favor das petrolíferas multinacionais. Os produtores, por sua vez, teriam se organizado e passado a lutar contra as empresas com táticas de guerrilha.

Entre as ações mais importantes do Mend estão ataques no início de 2006, quando o grupo atacou uma instalação da empresa petrolífera italiana Eni SpA no delta no Níger. Na ação, o grupo roubou um banco perto da sede da companhia. Nove funcionários da Eni SpA morreram. Meses depois, novos ataques do Mend mataram pelo menos 19 soldados nigerianos.

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Policial caminha por duto de petróleo explodido em ataque de militantes - Foto: AFP