O secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro, afirmou que existe a possibilidade de ser instaurado um novo inquérito contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Trotta Jatobá. Castro alega que o casal impediu a visita de uma funcionária do Conselho Tutelar para verificar o estado de Pietro e Cauã Nardoni, filhos dos dois.
Integrantes do Conselho Tutelar acreditam que os meninos estariam traumatizados porque possivelmente assistiram à morte da irmã. Por isso, eles precisariam de assistência e de acompanhamento psicológico.
De acordo com Castro, o artigo 236, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente, determina que impedir ou embaraçar a ação de intimação judicial, membro do Conselho Tutelar ou representante do ministério Público no exercício de sua função implica em pena de detenção de seis a dois anos.
A assessoria dos advogados do pai e da madrasta de Isabella negou que o casal tenha recebido oficialmente pedido do Conselho Tutelar ou de qualquer outro órgão para visitar os filhos. De acordo com a defesa, o casal não tem conhecimento sobre a visita da funcionária e que, por isso, não vai se manifestar em relação ao caso.
Trechos divulgados pela imprensa do relatório final do caso Isabella apontam que a delegada-assistente Renata Pontes, responsável pelas investigações da morte de Isabella Nardoni, escreveu no documento que o pai e madrasta da menina "mantiveram a mentira" de que não haviam a matado "de forma dissimulada", "desprezando o bom senso de todos para permanecer impunes".
De acordo com os trechos divulgados, a madrasta feriu, com a mão esquerda, a menina com um objeto não-identificado no carro da família, a caminho do apartamento no Edifício London.
Ainda segundo o documento, a família subiu junta ao apartamento, contradizendo o depoimento do casal. Ao chegar ao imóvel, Alexandre Nardoni teria jogado Isabella no chão, perto do sofá.
Para a delegada, o pescoço da criança foi "apertado por tempo considerável e de maneira forte", a ponto de ter ocorrido asfixia. Como a polícia acredita que ela não teria condições de gritar após sofrer a esganadura, deduz que os gritos de "papai, papai, pára, pára", relatados por testemunhas, seriam do meio-irmão Pietro, 3 anos.