Eles ficaram conhecidos por ações inovadoras, às vezes criminosas. Não há explicação única para o modo de agir dos hackers. Há quem atue por dinheiro, outros por simples curiosidade. Alguns, pelo prazer de invadir, conhecer sistemas protegidos e encontrar suas falhas. Três dos hackers mais conhecidos - Lamo, Gonzalez e McKinnon - têm algum tipo de autismo - o que não impediu Gonzalez de se tornar o "haker milionário".
Há também os veteranos: Mitnick e Poulsen agiam quando a internet não tinha mais do que poucos milhares de computadores. E o 'xerife' Shimomura, que caça hackers criminosos. E os novatos, como o garoto francês que estreou hackeando Barack Obama. E os piratas, com Dotcom, fundador do Megaupload. Faça o jogo da memória e conheça um pouco mais sobre eles.
Você finalizou o jogo. Confira seu resultado e compartilhe com seus amigos:
Número de cliques: 318
Tempo: 00:11:11
Adrian Lamo, 31 anos, ficou famoso por invadir diversas redes de alto nível, como a do Yahoo!, Microsoft e do The New York Times, que ocasionou sua prisão em 2003. Lamo se tornou um renegado na comunidade hacker ao ser divulgado que ele denunciou ao FBI o soldado Bradley Manning como o responsável por vazar informações confidenciais sobre a Guerra do Iraque ao WikiLeaks. Como Lamo sofre da Síndrome de Asperger – uma forma de autismo -, o soldado o considerada uma “alma irmã” e o procurou em busca de apoio. Lamo disse que com a denúncia salvaria vidas de militares americanos em combate. Hoje consultor de segurança de empresas, foi chamado pelo WikiLeaks de “notório ladrão de informação e manipulador”.
Foto: Divulgação
Albert Gonzalez, 30 anos, levou uma vida de riqueza: casa de US$ 1,65 mi num condomínio na Flórida, carros de luxo e mulheres, muitas festas e bebedeiras. Ficou famoso por invadir o sistema de lojas como 7-Eleven e se apoderar de cerca de 1,7 mi de números de cartões de crédito, entre 2005 e 2007. Ele vendia os números e também fazia compras, no que foi considerada a maior fraude da história. Ao mesmo tempo, era informante do Serviço Secreto dos EUA, denunciando hackers. Em 2010, foi sentenciado a 20 anos em uma prisão federal - mas alegou ser viciado em computadores e ter a Síndrome de Asperger, pleiteando uma reduçao da pena.
Foto: AFP
François Cousteix tinha 23 anos quando, em 2009, estreou na carreira de hacker atacando a conta de Barack Obama no Twitter. Conhecido como Hacker Croll, ele também conseguiu acesso a contas no Twitter de outras celebridades, como Britney Spears, e de serviços como Fox News e Facebook. "Eu não sou um hacker, ou ao menos sou um hacker amável", declarou ao ser condenado a cinco meses de liberdade vigiada, em 2010.
Foto: AFP
Andrew Auernheimer, 26 anos, apoderou-se de e-mails e dados pessoais de cem mil usuários do iPad após explorar uma falha no sistema da AT&T, alguns ilustres como o prefeito de Nova York Michael Bloomberg, invadiu sistemas da Amazon e NYT, entre outros feitos com seu grupo Goatse Security. E foi preso por uma mancada: deu um nome falso à polícia em uma ocorrência de estacionamento proibido, e enquanto corria a investigação, o grupo hacker publicou os dados dos usuários de iPad. Em função disso, a polícia revistou sua casa e encontrou cocaína, ecstasy, LSD e medicamentos proibidos. Ele acabou preso por posse de drogas.
Foto: Getty Images
Kevin Mitnick, 47 anos, é o nome pop da ‘mitologia’ hacker. A partir dos anos 1980, invadiu sistemas telefônicos e de empresas, enganou o FBI e chegou a ser um criminoso procurado, protagonizando a maior caçada cibernética já vista. Sua fama se deve à sua ousadia. Ele chegou a viajar para Israel e viver na clandestinidade até ser descoberto por outro hacker e preso em fevereiro de 1995. Libertado em 2000, teve que ficar mais três anos longe de computadores. Em 2003, passou a trabalhar contra os hackers, na segurança de sistemas. “Na minha época eram indivíduos interessados em roubar o fruto proibido, conhecimento. Hoje é tudo sobre dinheiro”, disse ele em 2010, na Campus Party Brasil, em São Paulo.
Foto: AFP
O japonês Tsutomu Shimomura, 46 anos, cientista da computação e especialista em segurança de sistemas, teve seu computador pessoal invadido por Kevin Mitnick. E aí teve início a maior caçada entre dois hackers: Shimomura criou armadilhas para Mitnick, em colaboração com o FBI, e a prisão se deu em um prédio em Raleigh, na Carolina do Norte. Lançado em 1997, seu livro Takedown conta os detalhes da disputa entre os dois hackers. Shimomura ainda trabalha com segurança de sistemas nos Estados Unidos.
Foto: AFP
Mal havia sido criada uma lei contra cibercrimes quando Robert Tapan Morris criou o primeiro vírus do tipo worm - que faz cópias de si mesmo automaticamente passando de um PC a outro - a se espalhar na internet. Ele alegou que pretendia ver qual era o verdadeiro tamanho da web de então. O worm afetou 6 mil computadores, cerca de 10% da internet na época, até inutilizá-los completamente. Além de mostrar o perigo que as pragas se tornariam na web, a façanha causou prejuízos de até US$ 500 mil em cada sistema afetado. Ele foi também a primeira pessoa processada com base na lei de Abuso e Fraude de Computadores nos EUA. Condenado a 3 anos de prisão, pagou multa de US$ 10 mil e prestou serviço comunitário. Hoje, aos 45 anos, é professor no MIT e consultor de empresas de tecnologia.
Foto: Getty Images
Quem conhece o editor da Wired, Kevin Poulsen, 46 anos, talvez não saiba que ele é um dos maiores hackers de todos os tempos. Reativava números das Páginas Amarelas norte-americanas, e seu 'trabalho' mais conhecido foi, em 1990, controlar as linhas telefônicas de uma rádio em Los Angeles para ser a 102ª pessoa a ligar e ganhar um Porsche. Fraude descoberta, o FBI começou a caça a "Watchman", seu apelido. Em 1991, foi preso e condenado, três anos depois, a 51 meses de prisão, indenização de US$ 56 mil por fraudes em computadores, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça. Libertado, criou um site respeitado na cobertura de tecnologia e desde 2005 é editor na Wired.
Foto: Getty Images
O escocês Gary McKinnon, 46 anos, é autor do maior ataque já ocorrido contra computadores militares nos EUA. Em 2002, o Pentágono admitiu que ele invadiu e danificou 53 PCs do comando das Forças Armadas, Exército, Força Aérea e Nasa, causando prejuízos de US$ 1 milhão. E tudo que ele queria era saber se Ovnis existem ou não, e o que o governo escondia a esse respeito. Conhecido como Solo, acabou indiciado em sete crimes nos EUA e foi preso no Reino Unido. Em 2009, a Suprema Corte da Inglaterra decidiu por sua extradição. Como argumento para ficar na Inglaterra, ele declarou ser portador de autismo e depressão – constatados por uma junta médica. Sua mãe e milhares de apoiadores seguem na luta para evitar a extradição – nos EUA, ele poderia ser condenado a 70 anos de prisão.
Foto: Getty Images
O fundador do Megaupload - site para compartilhamento de arquivos -, Kim Schmitz, conhecido como Dotcom, tinha mais de 15 carros na garagem da casa avaliada em US$ 30 milhões alugada em Auckland, Nova Zelândia. Entre um Rolls-Royce Phantom 2008 e um Cadillac 1950 cor-de-rosa, placas "máfia","deus" e "culpado" chamaram a atenção quando o hacker alemão foi preso em 20 de janeiro deste ano. A acusação dos Estados Unidos, que pediu sua extradição, é de que o site, fechado pelo FBI, facilitava o download de conteúdos protegidos, o que teria causado um prejuízo de US$ 500 milhões aos donos dos direitos. Além disso, o Megaupload teria US$ 175 milhões em lucros ilegais. Segundo Dotcom, o Megaupload tinha entre seus usuários membros do governo e militares norte-americanos.
Foto: AFP