Licença e renúncia

Por mais triste que tenha sido a morte de Steve Jobs, quem acompanhava o gênio visionário da Apple sabia que algo não ia bem. Em 17 de janeiro deste ano, Steve Jobs se afastou pela terceira vez da empresa com sede em Cupertino. A primeira tinha sido em 2004, para a remoção de um tumor cancerígeno no pâncreas. A segunda em 2009 em razão de um transplante de fígado e durou seis meses. No e-mail, ele dizia: "Amo a Apple demais e espero estar de volta assim que puder ", e avisava também que Tim Cook, na época Chefe de Operações (COO) assumia o dia-a-dia da companhia. O mercado, como sempre, recuou frente ao anúncio e as ações da Apple caíram nos dias subsequentes à notícia .

Desta vez, porém, a licença médica não teve fim. Para surpresa do mercado que havia visto um magro, mas bem disposto Steve Jobs apresentar o iPad 2 em março e o iCloud, o iOs 5 e o Mac OS X Lion no início de junho, em 24 de agosto Steve Jobs renunciou ao posto de presidente-executivo (CEO). Em alguns cantos do mundo, a repercussão de sua saída mais parecia de morte, com veículos de comunicação fazendo retrospectivas até da aparência de Steve Jobs. O mercado, desta vez, sentia ainda mais. No texto de despedida, um Steve Jobs melancólico: "Sempre disse que, se chegasse o dia que eu não poderia mais cumprir minhas funções e expectativas como CEO da Apple, seria o primeiro a informar. Infelizmente, esse dia chegou".

Foto: AFP