DESFLORESTAMENTO Extração
ilegal de madeira é a maior ameaça à floresta A
destruição da Amazônia, a maior das florestas primárias
remanescentes no mundo, é assustadora. Somente nos últimos quatro
anos, mais de 77 mil km2 - uma área um pouco maior do que os estados do
Rio Grande do Norte e Sergipe juntos - foram devastados. Entre as causas do desflorestamento
está a obtenção de áreas para lavouras e pastagens,
mas, sobretudo, o corte indiscriminado da madeira. Um relatório elaborado
pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) indica que entre agosto
de 1997 e agosto de 1998, as empresas madeireiras danificaram em torno de 1,5
milhão de alqueires da floresta amazônica. Várias
madeireiras estrangeiras, principalmente da Indonésia, Malásia,
China e Japão, estão instaladas na região. Devido à
precária fiscalização governamental na área, é
grande o corte clandestino de árvores, que muitas vezes acontece também
em reservas indígenas. Segundo relatório do Greenpeace, dos 36 pontos
críticos de destruição na Amazônia, 72% estão
relacionados à indústria madeireira. Apenas uma companhia que opera
na região, a Mil Madeiras, é totalmente certificada pelo Conselho
de Manejo Florestal e, das 17 companhias madeireiras pesquisadas, 13 indicaram
não ter qualquer interesse em obter a certificação. Um
outro dado alarmante é que, nas últimas duas décadas, a contribuição
da Amazônia na produção de toda a madeira utilizada no Brasil
aumentou de 14% para 85%. A região forneceu quase 29 milhões de
m3 de toras em 1997. De acordo com dados oficiais, 80% dessa exploração
é ilegal. Segundo o Greenpeace, mesmo a extração considerada
legal é altamente destrutiva e o uso de tecnologia obsoleta resulta em
enorme perda de matéria-prima durante o processo produtivo. Segundo a entidade,
em média, apenas um terço da madeira extraída é transformada
em produto final. Organizações não-governamentais de meio
ambiente defendem também implementação de novas áreas
para proteção da floresta, uma vez que as áreas protegidas
existentes equivalem a apenas 3,5% da Amazônia. Até hoje, aproximadamente
dois terços da Amazônia permanecem como floresta virgem e ainda podem
ser preservados. |