AMAZÔNIA
Diário
de Bordo 12
a 14 de maio Um fim de semana "obrigatório" em Manaus
Estava tudo planejado: embarcaria em São Paulo rumo a Manaus na sexta-feira à
noite, dormiria na capital do Amazonas, tomaria, no sábado de manhã, o avião até
Carauari, onde estaria ancorado o Amazon Guardian, e iniciaria, no domingo, a
viagem a bordo do navio do Greenpeace. Tive de aprender rápido que,
nesse tipo de expedição, planos não querem dizer muita coisa. Por um atraso no
check-in da companhia aérea no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, não consegui
embarcar. Entretanto, minha mala seguiu para Manaus, onde eu só conseguiria chegar
às 7h do sábado, graças a um vôo de outra empresa, que partiu do aeroporto de
Guarulhos, às 3h. Tive que esquecer que tudo que mais queria naquele
momento que cheguei em Manaus era uma cama. Tomei um banho frio no aeroporto mesmo
e parti para o outro aeroporto, de onde embarcaria para Carauari às 11h. "Aqui
é um outro planeta, com suas regras e padrões próprios", definiu uma assistente
do Greenpeace que me recepcionou no aeroporto. Não adiantou ter o nome
na lista de espera da agência de viagens por quase uma semana para conseguir uma
das 30 vagas no pequeno avião Brasília que faz uma única vez por dia (somente
de segunda a sábado) o trecho Manaus-Carauari. Ali as regras eram outras. Mas
nossa amabilidade nos rendeu minha vaga no vôo, só que no de segunda-feira de
manhã. Não posso dizer que não tenha sido agradável passar um fim de
semana em Manaus, mas teria sido bem melhor se as atrações turísticas da cidade
estivessem abertas aos domingos. Consegui pelo menos caminhar pelo Mercado Municipal
e tirar uma foto da fachada do famoso teatro de Manaus. De qualquer forma, devo
embarcar no Amazon Guardian na segunda, só que terei de fazer uma viagem a mais:
desta vez em um hidroavião do Greenpeace, saindo de Carauari e indo ao encontro
do navio, seja lá o ponto do rio Juruá que ele já esteja. Cristina
Bodas Enviada especial à Amazônia |