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AMAZÔNIA
Diário de Bordo

20 de maio
A vida “suspensa” da população ribeirinha

Rodrigo Baleia/Greenpeace

Para quem mora numa cidade grande como São Paulo, é um pouco difícil entender – ou aceitar – como a população ribeirinha vive. Durante seis meses cultivam mandioca e até criam gado às margens dos rios, mas passam toda a outra metade do ano em suas casas de palafita ou no único meio de transporte local – o barco – sem realmente “pisarem no chão”. Seus poucos bois e vacas ficam vivendo em pequenos cercados suspensos.

Hoje tive a oportunidade de ver essa realidade mais de perto. Num pequeno bote do Greenpeace percorremos o rio Juruá e, pela primeira vez desde que comecei a acompanhar a expedição, literalmente pisei na floresta amazônica – o que não acontece com freqüência com a tripulação, já que o navio normalmente é ancorado perto de cidades ou povoados. Difícil foi encontrar um local razoavelmente seco onde o bote pudesse parar para os jornalistas caminharem e fazerem suas reportagens – nessa época do ano 90% da região de mata fica inundada.

Permanecemos na floresta por quase uma hora. No local gravei uma entrevista em vídeo com um representante do Ibama e, quando fui revê-la, curiosamente o áudio estava muito baixo. A imponência da floresta fez com que, sem percebermos, começássemos a quase sussurrar, como se não tivéssemos o direito de perturbar a vida num local que não nos pertence.

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Veja mais imagens na Galeria de Fotos.

Cristina Bodas
Enviada especial à Amazônia

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