Rodrigo
Baleia / Greenpeace
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Em sua expedição
pela Amazônia com o navio Amazon Guardian, o Greenpeace flagrou, nos
últimos dez dias, uma jangada transportando madeira ilegal pelo rio
Juruá e um outro lote de toras escondido em um pequeno braço do mesmo
rio. Ao todo, são 271 toras de origem ilegal, que estão sendo transportadas
por um rebocador escoltado pelo Greenpeace para a cidade de Carauari,
onde todo o carregamento será doado para a comunidade. Tanto
a jangada, localizada no último dia 8, quanto o outro carregamento
ilegal, encontrado no dia 15, foram denunciados pelo Greenpeace ao
Ibama, que esteve no local e comprovou que todas as toras eram de
origem ilegal. Entre as irregularidades estava a falta de documentação
adequada. O piloto do barco que fazia o carregamento não tinha a Autorização
para Transporte de Produtos Florestais (ATPF), obrigatória para transporte
de madeira na Amazônia. A
apreensão foi resultado de um trabalho conjunto entre o Ibama e a
organização não-governamental. "Como o Greenpeace está com um navio
na região, pedimos ajuda para rebocar a jangada", disse Hamilton Casara,
superintendente do Ibama/AM.
Cristina
Bodas / Repórter Terra
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De acordo com
o Ibama, Ercival Lobo é o proprietário de toda a madeira, que seria
vendida para empresas situadas nos pólos madeireiros de Manaus e Itacoatiara.
Ercival é irmão de Raimundo Lobo, maior produtor do rio Juruá e fornecedor
de madeireiras multinacionais como a malaia Carolina e a chinesa Compensa.
Segundo relatórios do Instituto, entre 1997 e 1999, a família Lobo
foi multada três vezes pelo transporte ilegal de 21.324 metros cúbicos
de toras.
Cristina
Bodas / Repórter Terra
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Para se ter uma idéia da destruição causada pela maioria das madeireiras
- que simplesmente retiram a madeira local sem nenhum plano de utilização
do solo -, das 271 toras, 100 eram de samaúma, a maior árvore da Amazônia.
O corte de uma única samaúma pode danificar outras 30 árvores, abrindo
clareiras na floresta. Chamada de rainha da floresta e considerada
sagrada pelos povos indígenas, a madeira da samaúma é utilizada apenas
para a produção de compensados
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