Treze postos
de fiscalização com um pequeno bote velho em cada:
essa é toda a infraestrutura que o Ibama dispõe para
controlar a extração de madeira em todo o estado do
Amazonas. Nestes postos, não há mais diesel disponível
para os botes, não há rádios para comunicação
interna e as linhas telefônicas foram cortadas por falta de
pagamento. "Quando precisamos fazer alguma denúncia,
temos de navegar até a cidade mais próxima e ligar
a cobrar para o escritório em Manaus", conta um funcionário
do Ibama/AM.
O orçamento da União que deveria ser repassado para
o órgão mensalmente está atrasado desde dezembro
do ano passado. O Ibama tem sobrevivido com parte do dinheiro que
arrecada com multas, por exemplo, mas não tem condições
de renovar os equipamentos com essa verba. "É preciso
um investimento urgente do governo em infraestrutura", diz
o funcionário. Segundo ele, cada um dos postos de fiscalização
precisa de, pelo menos, um barco e mais dois botes. Para
se ter uma idéia, quando um lote de madeira ilegal é
apreendido, o Ibama não tem embarcações nem
combustível suficiente para transportar o carregamento até
uma cidade onde possa ficar sob fiscalização do órgão.
Assim, a guarda do material apreendido fica sob a responsabilidade
do próprio madeireiro que fez a extração ilegal.
É o mesmo que pedir para o ladrão tomar conta do dinheiro
roubado.
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