O Ibama mantém
na Justiça atualmente mais de mil processos contra pessoas
ou empresas que cometeram crime contra a natureza na região
da Amazônia. Desse total, somente dois, até agora, resultaram
em prisão, sendo que um criminoso está livre porque
já cumpriu sua pena e outro está foragido.
"Criminosos
da natureza não vão para a prisão. Um processo
penal não assusta ninguém. Os madeireiros não
deixam de fazer extração ilegal por causa de uma pena.
A solução é quebrá-los financeiramente",
diz José Leland, chefe da Divisão de Controle e Fiscalização
do Ibama/AM. "Foi assim que conseguimos inibir a ação
de várias empresas no ano passado", complementa.
No caso de Ercival
Lobo, por exemplo, que é o dono do carregamento apreendido
no rio Juruá, o desfalque financeiro deve passar dos R$ 160
mil. Além de uma multa de R$ 61 mil reais, gastará
mais R$ 72 mil com o replantio que terá de fazer - a lei
determina que a cada árvore retirada, outras oito têm
de ser plantadas. Somam-se a isso o valor que arrecadaria com a
venda da madeira - R$ 24 mil - e mais os gastos que teve com o material
para transporte da madeira, que foram também apreendidos
pelo Ibama.
Com ações
como essa Leland acredita que o volume de madeira ilegal apreendida
no Amazonas caia dos 80 mil m3 registrados no ano passado para cerca
de 10 mil m3 este ano. "Mas a falta de investimento do governo
em infraestrutura do Ibama, principalmente na área de fiscalização,
pode fazer com que a quantidade de madeira ilegal produzida volte
a crescer", alerta.
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