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REPORTAGEM
Pará é o maior produtor de madeira ilegal
 
24 de maio
Fonte: Ibama
Concentração das Empresas Madeireiras na Amazônia

Segundo maior estado brasileiro, o Pará responde sozinho por 67% do volume de madeira exportada de toda a Amazônia. É o estado que mais sofre com o crescimento desenfreado provocado pelas madeireiras estrangeiras e, conseqüentemente, com o desmatamento e a extração ilegal. Diferentemente do Amazonas, o escoamento da produção é feito tanto pelos rios quanto pelas estradas, o que dificulta ainda mais o trabalho de fiscalização do já pouco estruturado Ibama.

O Pará foi o primeiro estado do Brasil a receber uma grande madeireira estrangeira: a Eidai, em 1973. A companhia japonesa dominou a região até o início dos anos 90, quando diversas empresas passaram então a explorar o potencial madeireiro da Amazônia. Hoje são mais de 25 companhias européias, norte-americanas e asiáticas instaladas, sendo a maioria no Pará, que conta hoje com 783 madeireiras nacionais e estrangeiras.

Com a redução dos recursos naturais e o fortalecimento da legislação em assuntos de meio ambiente em seus países de origem, as empresas de capital estrangeiro viram no Brasil um ponto estratégico para obtenção de madeira tropical. Sozinhas, elas respondem hoje por quase a metade do valor total exportado da Amazônia.

A falta de compromisso com o desenvolvimento econômico e com a preservação do meio ambiente local por parte das empresas é o maior problema nesse processo de exploração da floresta Amazônica. Para se ter uma idéia, de 17 madeireiras pesquisadas pelo Greenpeace, apenas uma possui o certificado do Conselho de Manejo Florestal. E, devido ao precário sistema de produção que utilizam, dois terços da madeira bruta que retiram da floresta são desperdiçados.

 

Cristina Bodas
Enviada especial à Amazônia
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