Cristina Bodas, em São Paulo
O esgoto
pode ser tratado da mesma forma que os alimentos, que recebem radiação
para que os microorganismos nocivos sejam eliminados. Essa é a proposta
defendida pela pesquisadora Maria Helena de Oliveira Sampa, do Centro
de Tecnologia das Radiações do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas
e Nucleares), que já desenvolve estudos em parceria com a Cetesb
(Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental) e a Sabesp (Saneamento
Básico do Estado de São Paulo).
"No
esgoto doméstico, a radiação tem uma função parecida com a do cloro.
No industrial, quebra a cadeia do composto orgânico, facilitando
o processo de limpeza posterior", explica Maria Helena. Segundo
ela, em ambos os casos a radiação não é usada como única forma de
limpeza da água, que deve ser encaminhada para uma estação de tratamento
antes de ser reutilizada.
Mas
fFoi na área da medicina que o Ipen iniciou suas atividades em 1959,
produzindo radiofármacos. Hoje, o Centro do Radiofamárcia do Ipen
atende hospitais e clínicas em todo o país, fornecendo material
para diagnóstico e tratamento de doenças como o câncer. "Já começamos
a exportar para Bolívia e Equador, por exemplo", afirma a chefe
do centro, Constância Pagano da Silva.
Seja
para desenvolvimento na área de meio ambiente, indústria, medicina
ou agricultura, o processamento radioativo é feito no próprio reator
do Ipen. Trabalhando em baixa potência (5 megawatts) se comparado
com o reator da usina Angra 2 (3.000 megawatts), o reator é o maior
do país voltado para a área de pesquisas.
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