Redação
Terra
A usina
nuclear de Chernobyl, palco do pior acidente nuclear da história,
deve ser finalmente desativada. A promessa foi feita em junho pelo
presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, 14 anos depois da explosão
que causou a morte de pelo menos 8 mil pessoas. A notícia,
no entanto, não chega a ser um alento, já que a Ucrânia
garante precisar de ajuda financeira para fechar as portas da central
e substitui-la por duas novas unidades nucleares.
Depois
de uma reunião de cúpula com o presidente Bill Clinton,
dos EUA, Kuchma conseguiu um empréstimo imediato de US$ 400
milhões para o andamento das obras das novas usinas. Na ocasião,
lembrou também que Chernobyl continuava funcionando porque
os países do G7 não cumpriram um acordo que haviam
assinado com a Ucrânia em 1995. No documento, eles se comprometiam
a financiar a renovação da rede energética
ucraniana.
Chernobyl,
que foi inundada pela chuva há três semanas e teve
que ser paralisada às pressas, explodiu na madrugada de 26
de abril de 1986, quando o reator nº 4 da usina passava por
testes que simulavam situações de emergência.
A negligência
dos técnicos em diversos procedimentos de segurança
e falhas operacionais fizeram com que o equipamento saísse
de controle e explodisse, matando 20 pessoas de imediato. A radiação
liberada pelo reator chegou até a Europa Ocidental e exigiu
que 135 mil moradores das áreas em um raio de 35 km da central
fossem removidos.
Os
riscos de um acidente na usina ucraniana já haviam sido apontados
em um relatório de 1979, elaborado pela KGB, o serviço
de inteligência da antiga União Soviética. O
documento, que só veio a público depois da queda do
regime comunista, indicava diversas falhas na construção
dos reatores e acusava os engenheiros e diretores de Chernobyl de
não tomarem as medidas de segurança necessárias.
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