A compulsão alimentar é um problema muito comum e diferente do que normalmente se conhece como fome. Segundo a psicóloga Claudia Lyra, especialista em distúrbios alimentares, "a fome é algo físico, orgânico. É normal que o indivíduo sinta a necessidade de repor as suas energias ingerindo algo". Claudia Lyra disse que a compulsão alimentar é diferente também do apetite, que é de natureza psicológica, onde a pessoa deseja algo específico, como comer um bolo ou uma macarronada.A psicóloga afirmou que o doente com compulsão alimentar não sente prazer pelo sabor, é só um desejo de comer muito, de se empanturrar. Segundo ela, a principal causa é de ordem interna. "A pessoa não compreende seu estado de angústia e busca na alimentação como forma de aliviar suas tensões ou necessidades afetivas", disse.
Segundo estudo realizado pela psicóloga, nem todos conseguem identificar se sofrem desse distúrbio. A psicóloga verificou que há um emparelhamento entre afeto e comida na educação das crianças. "Com o intuito de controlar o comportamento de seus filhos, os pais acabam realizando compensações alimentares", ressaltou.
Existe cura para o problema, mas o tratamento é prolongado. De acordo com ela, o doente pode recuperar-se sem ajuda médica, basta que inicie um processo de autoconhecimento e procure entender as suas frustrações e conflitos. A psicóloga recomendou a meditação como forma de perceber sua realidade e, nos casos mais acentuados, acompanhamento psicológico.
Cláudia lembrou que a doença pode se agravar, caso a família não compreenda o problema e faça comentários de que a pessoa é fraca, precisa fechar a boca, come demais ou não tem força de vontade. Segundo a psicóloga, esse tipo de opinião também colabora para piorar a situação.