Homens mais velhos que apresentam níveis de testosterona naturalmente mais elevados parecem se sair melhor em testes de capacidade mental que aqueles que têm quantidades mais baixas do "hormônio masculino" no organismo, descobriram pesquisadores. De acordo com o estudo, homens com níveis elevados de testosterona "biodisponível" - um tipo de testosterona "livre", que não está ligada a nenhuma proteína - conseguiram desempenho um pouco melhor nesse tipo de avaliação que homens que apresentam teores mais baixos da substância. Os cientistas não encontraram nenhuma relação entre a quantidade total de testosterona e o desempenho mental.
Os resultados do trabalho foram publicados na edição de abril do Journal of the American Geriatrics Society. No estudo, 310 homens com média de 73 anos realizaram três testes de cognição - um termo geral que engloba memória, aprendizado, linguagem e outras capacidades mentais.
"Os homens que apresentavam índices mais elevados de testosterona biodisponível - a forma do hormônio que chega ao cérebro - saíram-se significativamente melhor nas avaliações cognitivas que os outros, que tinham níveis mais baixos", afirmou a coordenadora da pesquisa, Kristine Yaffe, da Universidade da Califórnia, em São Francisco.
Apesar dos resultados, Yaffe não aconselha os homens a tomar testosterona para melhorar o desempenho mental. "Nosso estudo analisou somente os níveis naturais de testosterona e, portanto, não prova que os suplementos de testosterona podem prevenir a decadência das funções cognitivas", alertou a pesquisadora.
A terapia de reposição hormonal para homens ainda é controversa. Alguns pesquisadores suspeitam que a aplicação de doses extra de testosterona pode estimular o desenvolvimento de câncer de próstata. Além disso, o uso ilícito de hormônios feito por fisiculturistas e outros atletas prejudicou a imagem da substância.