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Dicas de Saúde
  SEXO SEGURO
Sexo sem proteção aumenta risco de câncer de colo de útero

A liberdade sexual exige responsabilidade. Isso, todo mundo sabe. Mas você sabia que o número de parceiros sexuais de uma mulher pode ser um fator-chave para ajudar médicos a determinar se alterações pré-cancerosas no colo do útero devem ser apenas observadas ou tratadas cirurgicamente? É verdade: o uso de preservativos é fundamental para mulheres que têm muitos parceiros.

De acordo com um novo estudo, coordenado pelo médico John K. Chan, da Universidade da Califórnia, mulheres que tiveram mais de cinco parceiros estão sob risco maior de que alterações cervicais progridam para o câncer. Outro forte determinante é se uma mulher está infectada com o papilomavírus humano (HPV), que é extremamente contagioso, e é adquirido através de relações sexuais.

O fato de uma mulher ter muitos parceiros sexuais aumenta o risco de contrair o HPV e, consequentemente, o risco de desenvolver câncer de colo de útero e "pré-câncer". Mas os resultados do estudo mostraram que ter mais de cinco parceiros foi um fator de risco independente para anomalias pré-cancerosas no colo do útero, mesmo quando uma mulher não carregava o HPV.

As razões não são claras. "Pode haver outras doenças sexualmente transmissíveis, além do HPV, associadas a um risco mais elevado", disse Chan. As descobertas foram apresentadas na terça-feira, durante o encontro anual da Associação Americana de Obstetras e Ginecologistas, em Los Angeles.

Na pesquisa de dois anos, a equipe acompanhou 93 pacientes com alterações conhecidas como neoplasia intra-epitelial cervical de grau 2 ou 3, sendo que esta tem mais chances de se tornar um câncer. Geralmente, os médicos não tratam as anomalias de grau 1, pois sabem que a maioria regride naturalmente. Mas os profissionais tratam aquelas de grau 2 ou 3 com uma das diversas técnicas que destroem o tecido cervical afetado. A preocupação é que, sem tratamento, o câncer invasivo se desenvolva.

Esses procedimentos, no entanto, podem interferir na capacidade reprodutiva feminina, enfraquecendo o colo do útero ao ponto de impossibilitar a gravidez de um bebê de 9 meses, disse Chan. Outras pesquisas são necessárias, mas as novas descobertas indicam que algumas pacientes com alterações de grau 2 ou 3 podem não precisar de tratamento imediato, pois a anomalia pode desaparecer naturalmente.

As melhores candidatas para essa abordagem são mulheres que tiveram cinco ou menos parceiros sexuais e não estão infectadas pelo HPV, afirmou ele. "Se o número de parceiros sexuais era inferior ou igual a cinco, as chances das alterações de grau 2 ou 3 regredirem eram superiores a 60%", disse o pesquisador.

O estudo verificou ainda que 80% das lesões de colo de útero que não continham HPV regrediram, em comparação a 46% daquelas com HPV. Além disso, mulheres cujas infecções por HPV desapareceram tinham mais chances de a lesão regredir, em comparação àquelas com infecção persistente por HPV. Diversos outros fatores, como idade, raça e maternidade não afetaram a possibilidade de regressão das alterações no colo do útero, segundo os resultados.

No geral, 52% das anomalias desapareceram naturalmente. Cerca de 13 mil casos de câncer de colo de útero invasivo devem ser diagnosticados este anos nos Estados Unidos, e 4.100 mulheres vão morrer devido à doença, de acordo com a Sociedade Americana de Câncer.

Reuters Health

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