O trabalho doméstico é exaustivo, consome tempo e, embora conte como atividade física, ele não melhora a saúde nem ajuda a eliminar excesso de peso. Caminhadas intensas são uma opção muito mais saudável para manter a forma do que esfregar o chão, tirar o pó ou limpar as janelas - principalmente, no caso de mulheres na faixa etária dos 60 aos 79 anos.
"As mulheres mais velhas precisam fazer mais atividade física. As tarefas domésticas provavelmente não resolvem o problema", disse Shah Ebrahim, epidemiologista e especialista em envelhecimento da Universidade de Bristol (Grã-Bretanha). Uma pesquisa feita com mais de 2.300 idosas britânicas mostrou que 10% delas disseram gostar de fazer caminhadas rápidas, 1% afirmou praticar mais de 2,5 horas de jardinagem por semana, e mais da metade relatou que fazia serviços domésticos pesados.
No entanto, segundo a equipe de Ebrahim, embora as tarefas domésticas exijam atividade física, elas não parecem oferecer qualquer benefício para a saúde. "Quando avaliamos os indicadores que variam com a atividade e com a forma física, como a frequência do pulso e os índices de obesidade, não constatamos nenhuma relação com as tarefas domésticas", disse Ebrahim, cuja pesquisa foi publicada no Journal of Epidemiology and Community Health.
As voluntárias da pesquisa que caminhavam intensamente por 2,5 horas por semana ou que praticavam jardinagem em quantidade semelhante apresentaram propensão menor à obesidade e tinham frequência cardíaca em repouso mais baixa, indicador de boa forma física. Embora o trabalho doméstico exija esforços, Ebrahim afirma serem necessárias mais pesquisas sobre os benefícios proporcionados a longo prazo pela atividade doméstica antes que ela possa ser classificada como promovedora de saúde. "O assunto tem sido objeto de poucos estudos científicos porque, creio eu, a maioria dos homens não realiza essas atividades. Além disso, a maior parte das pesquisas é feita por homens", acrescentou o especialista.