As crianças vacinadas contra o sarampo mais perto dos 15 meses de idade podem obter uma proteção maior que as imunizadas por volta dos 12 meses, sugeriram resultados de um novo estudo. O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa que provoca erupções cutâneas, febre alta, tosse e outros sintomas. A enfermidade pode causar ainda complicações sérias, como pneumonia e inflamação cerebral.
A imunização evita a maioria dos casos da infecção. Nos Estados Unidos, as crianças recebem duas doses da vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola, que é conhecida como tríplice viral. A primeira dose é dada entre o 12o. e o 15o. mês de vida, e a segunda, entre 4 e 6 anos de idade para garantir proteção adequada.
No estudo atual, a equipe de Gregory A. Poland, da Clínica Mayo, em Rochester (Minnesota), avaliou 333 crianças que haviam sido imunizadas contra o sarampo aos 12 meses e 719 que tinham tomado a vacina mais perto dos 15 meses. No momento da pesquisa, todas as crianças tinham entre 6 e 11 anos, eram nascidas nos Estados Unidos ou no Canadá, e haviam recebido apenas uma dose da vacina contra a infecção, segundo as recomendações da época.
Em geral, 87% das crianças norte-americanas e 76% das canadenses possuíam anticorpos sanguíneos contra o sarampo. Após fazer ajustes para comparar o tempo decorrido desde a vacinação e a idade em que foi feita a imunização, a equipe de Poland verificou que as crianças vacinadas próximo dos 15 meses apresentaram uma probabilidade mais de duas vezes maior de ter níveis de proteção adequados contra a doença que as imunizadas aos 12 meses.
No artigo publicado na edição de maio da revista Mayo Clinic Proceedings, os autores comentam que as crianças que tinham alguns meses a mais de desenvolvimento pareceram responder melhor à imunização e o sistema imunológico delas parece ter produzido mais anticorpos contra o sarampo. "A política atual norte-americana de administrar a primeira dose da vacina contra o sarampo aos 12 meses pode ser menos efetiva que a vacinação entre o 12o. e 15 o. mês", avaliaram os pesquisadores.
"Esses resultados podem ser altamente significativos à medida que entramos em uma era na qual a exposição ao sarampo pode se tornar rara e na qual são desenvolvidas políticas para erradicar a doença", concluíram os cientistas.