Avaliar sintomas de depressão em todos os adultos durante os exames médicos anuais poderia ser o primeiro passo para tratar milhões de norte-americanos que sofrem com o problema, segundo uma equipe de clínicos gerais. A equipe da Agência para Pesquisa e Qualidade do Atendimento de Saúde enfatizou que os médicos também deveriam ser capazes de tratar os doentes com antidepressivos ou aplicar outras abordagens recomendadas como a terapia comportamental, além de avaliar junto com os pacientes se houve benefícios a partir do exame inicial.
A recomendação faz parte de um artigo publicado na edição de 21 de maio do Annals of Internal Medicine e caracteriza uma alteração nas diretrizes anteriores, divulgadas em 1996. Esse trabalho concluiu que não havia evidências suficientes para aconselhar exames formais regulares. Os médicos eram incentivados a reconhecer os sintomas de depressão como letargia e perda do interesse nas pessoas ou nas atividades apreciadas anteriormente.
Nos últimos oito anos, alguns estudos demonstraram que os pacientes podem ser beneficiados por exames simples realizados regularmente e acompanhamento, disse Alfred Berg, pesquisador da Universidade de Washington, em Seattle, e membro da força-tarefa que elaborou as diretrizes. "Esperamos que mais instituições coloquem em prática os sistemas necessários à implementação destas orientações", disse Berg.
Na opinião do especialista, não há um instrumento de avaliação ou um procedimento mais eficiente que outro. Pode ser suficiente simplesmente perguntar ao paciente como ele está. Por exemplo, uma pessoa que admite ter pouca esperança ou pouco prazer em atividades normalmente apreciadas pode ser um candidato a testes mais profundos para diagnosticar o problema. Segundo a Preventive Services Task Force dos Estados Unidos, grupo que avalia ações de saúde preventivas, até metade dos 5 a 9% de adultos que apresentam depressão não são diagnosticados.
Mulheres, pacientes com distúrbios crônicos, desempregados e pessoas com história familiar de depressão têm um risco maior. O comitê não recomendou exames regulares em crianças e adolescentes, mas estimulou os médicos a permanecer atentos aos sinais da doença. Cerca de 2% das crianças e quase 5% dos adolescentes que procuram um médico regularmente podem apresentar depressão, indicou o documento.
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