Homens de meia-idade que apresentam gordura acumulada na cintura têm um risco maior para enfarte, comparados a quem tem maior concentração em algum outro ponto do corpo. Segundo resultados de um estudo, esses depósitos de gordura podem ser mais importantes que a obesidade em geral no prognóstico de riscos cardíacos.
Estudos anteriores havia mostrado que a hipótese poderia ser verdadeira, mas poucos trabalhos avaliaram populações européias, segundo artigo publicado na edição de maio do European Heart Journal. Pelas novas conclusões - baseadas em medidas do corpo de 1.346 homens finlandeses na faixa etária de 42 a 60 anos - quem tinha as maiores proporções cintura-quaril teve um risco quase três vezes maior para problemas coronarianos, comparados a homens com índices menores.
A proporção cintura-quaril foi calculada com a medida da circunferência da cintura dividida pela circunferência do quadril. Todos os voluntários eram saudáveis e não tinham câncer ou doenças cardíaca no início do estudo. Durante os dez anos do trabalho, 123 homens foram afetados por enfarte ou outro problema cardíaco. No geral, os pesquisadores verificaram que a obesidade abdominal foi associada de maneira mais intensa a eventos coronarianos adversos como enfarte e angina, comparada a obesidade geral ou circunferência da cintura.
"A obesidade abdominal parece oferecer informações adicionais no prognóstico de doença coronariana, além da obesidade geral", avaliou a equipe de Hanna-Maaria Lakka, da Universidade de Kuopio, na Finlândia. "Como o efeito da obesidade abdominal foi mais forte em fumantes e voluntários sem condicionamento físico, a estratégia para modificar o estilo de vida como prevenção de doença coronariana deveria ser dirigida a estes temas", concluíram os pesquisadores.