Duas pacientes diabéticas desenvolveram infecções graves e tiveram que amputar uma parte do dedo, depois de reaproveitar agulhas descartáveis para picar o dedo durante o monitoramento doméstico dos níveis de açúcar no sangue. Os incidentes enfatizam a importância de uma boa higiene durante a realização desses testes em casa.
Os diabéticos são instruídos a monitorar as taxas de glicose no sangue para que possam observar atentamente como estão administrando a enfermidade. Os pacientes podem usar equipamentos eletrônicos, que dão uma leve picada para coletar uma gota de sangue para análise. Mas a cada uso, a agulha do equipamento deve ser substituída por uma nova para evitar infecções, segundo as instruções dos aparelhos.
As pessoas com diabete - principalmente quando a doença não é controlada de forma adequada - com frequência têm a capacidade prejudicada de combater uma infecção. Por isso, o cuidado com o uso dos equipamentos deve ser redobrado. Na edição de junho da revista Diabetes Care, Matteo Monami e sua equipe, da Universidade de Florença, na Itália, descreveram os casos de duas mulheres que, apesar de terem sido aconselhadas a trocar a agulha após cada uso, reutilizaram a mesma agulha por "diversas semanas". Em média, elas realizaram seis exames de sangue semanalmente.
Ambas as mulheres, com 61 e 57 anos, desenvolveram uma infecção grave no dedo, que foi "ocasionalmente relatada como uma complicação do monitoramento doméstico dos níveis de glicose no sangue", observaram os autores da pesquisa. Elas tinham diabete do tipo 2, a forma mais comum da doença, que geralmente se manifesta em um estágio mais avançado da vida e está ligada à obesidade.
As pacientes foram tratadas com antibióticos, mas as infecções persistiram e elas tiveram que amputar a parte infeccionada do dedo, a fim de evitar a disseminação. "Esses dois casos sugerem que todos os pacientes, e principalmente aqueles com um controle metabólico debilitado, deveriam ser claramente instruídos a substituir as agulhas descartáveis e a prestar mais atenção à higiene quando estão fazendo testes domésticos", concluíram Monami e seu grupo.