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É preciso ter muito cuidado com as mordidas de animais

Freqüentemente, médicos e pacientes não dedicam a atenção que deveriam às mordidas de animais domésticos, embora mesmo os ferimentos aparentemente menores possam causar consequências graves, informou um novo estudo. No trabalho, Thomas Ebinger e colaboradores da Universidade Ulm, na Alemanha, acompanharam 16 casos de mordidas de animais em que houve infecção. Na maioria deles, o tratamento inicial havia sido inadequado.

O custo médio de cada caso foi superior a 6 mil euros. Esse valor é a soma do preço do tratamento e do afastamento do paciente do trabalho por, em média, três meses - o que pode custar ainda mais caro para o sistema previdenciário. As mordidas mais comuns foram as de gatos e de cachorros. No entanto, um dos pacientes foi ferido por um hamster, explicou Ebinger, um dos autores do estudo publicado na última edição da revista especializada alemã Der Chirurg.

"O problema é que as mordidas de animais geralmente são subestimadas. Entretanto, a pessoa pode precisar ser hospitalizada. Geralmente, os pacientes precisam passar por cirurgias e podem ficar doentes por longos períodos. Também pode haver sequelas duradouras, como a perda de sensibilidade e de movimento", disse o pesquisador. Esse perigo é causado pelo fato de as mordidas não serem tratadas de maneira adequada, o que propicia o surgimento de infecção, explicou o especialista.

"As mordidas de gato são as mais perigosas porque esses animais têm dentes finos, pontiagudos e longos, que deixam pequenas perfurações que não recebem grande atenção. Com isso, a infecção pode se instalar profundamente no tecido e até mesmo em articulações da mão ou do pé. Já as mordidas de cães não são geralmente tão profundas e causam um ferimento maior. Por isso são consideradas mais graves. A literatura médica sugere que as mordidas de gato são quatro vezes mais perigosas que as de cachorro." Os pacientes examinados pela equipe foram atendidos em 2000 no departamento de cirurgia plástica e reconstrutiva da mão, que integra a unidade de acidentados do hospital da Universidade de Ulm.

Das 16 vítimas, 14 não receberam tratamento apropriado antes de a ferida se tornar infectada, pois não houve uma avaliação correta da extensão do machucado. O tempo médio para o retorno ao trabalho foi de três meses, o que incluiu um período de 12 dias de internação e de 16 dias de tratamento ambulatorial, explicou Ebinger.

Estima-se que 35 mil pessoas sejam mordidas por animais anualmente na Alemanha. Ebinger recomendou que, caso a área em torno do ferimento fique vermelha e inchada após alguns dias, as vítimas devem procurar um médico e insistir na realização de um exame completo

Reuters Health

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