"Treinamos os voluntários à noite antes de irem para a cama em nosso laboratório do sono, registramos o sono e, na manhã seguinte, acordarmos o grupo e fizemos testes. Eles obtiveram resultados, em média, 20 por cento melhores", afirmou Mathew Walker, neurocientista que coordenou o estudo. A idéia de que o sono ajuda no processo de aprendizado não é nova, mas em artigo publicado na edição de 3 de julho da revista Neuron, a equipe de Walker demonstrou o quanto influi.

"Submetemos 62 pessoas a vários pequenos experimentos", disse Walker. "O grupo treinado de manhã e 12 horas depois melhorou a performance em cerca de 2%", afirmou o pesquisador. "A performance do grupo treinado à noite e testado novamente 12 horas depois, após uma boa noite sono, melhorou de forma muito mais significativa - uma média de 20%."

O teste foi simples - os voluntários usaram a mão do lado não dominante para digitar uma sequência repetida de teclas de um computador. Quando os pesquisadores analisaram o padrão de sono, verificaram uma fase de sono, chamada estágio 2 do sono, considerado particularmente importante. Nesse estágio, todos entram em um sono profundo e restaurador e depois voltam para a fase de movimento rápido dos olhos ou sono (REM), estágio em que os sonhos ocorrem.

"Uma pessoa passa cerca de 50% da noite em um estágio 2 de sono não REM", disse Walker. "Verificamos que o período mais crítico para a aprendizagem parece ser os últimos 25 por cento da noite (as duas últimas horas)", acrescentou o pesquisador. Os resultados podem beneficiar atletas, músicos, cirurgiões - todos que adquirem novas habilidades motoras.

"Quando alguém sofre um derrame, geralmente precisa passar por um processo de reabilitação. Este período de intensa reaprendizagem também poderia ser beneficiado por uma boa noite de sono", disse Walker. Isso pode explicar por que os bebês dormem tanto. "Eles passam por um intenso processo de aprendizagem, especialmente de ações motoras", explicou o especialista.

Reuters