As pessoas que sofrem de depressão são três vezes mais propensas a desenvolver a doença de Parkinson, informaram pesquisadores holandeses. Os autores do estudo sugeriram que a depressão, na realidade, pode representar o estágio inicial do Parkinson, doença crônica progressiva que provoca degeneração do sistema nervoso e afeta o sistema motor, reduzindo gradualmente o controle muscular, o equilíbrio e a coordenação dos pacientes.O artigo que relata a pesquisa foi publicado na edição de 28 de maio da revista Neurology. No trabalho, a equipe de Marjan van den Akker, da Universidade de Maastricht (Holanda), identificou, entre os anos de 1975 e 1990, 1.358 pacientes que receberam diagnóstico de depressão após os 19 anos de idade. Essas pessoas foram comparadas a um grupo de "controle" formado por 67.570 não-deprimidos com a mesma idade.
Em 2000, a doença de Parkinson foi diagnosticada em 278 pacientes. Esse número incluía 1,4% dos pacientes com história de depressão e 0,4% do grupo de controle. Após fazer correções para outros fatores que podem afetar o risco de depressão, a equipe verificou que os deprimidos foram mais de três vezes mais propensos a desenvolver o mal de Parkinson que as pessoas do grupo de controle.
Na doença de Parkinson, determinadas células cerebrais perdem a capacidade de produzir o neurotransmissor dopamina. Já os pacientes com depressão apresentam níveis baixos de outro neurotransmissor, a serotonina. Na opinião dos pesquisadores, os pacientes com Parkinson poderiam apresentar uma redução na atividade da serotonina, assim como ocorre com a dopamina, antes do surgimento dos sintomas motores, fato que poderia torná-los vulneráveis à depressão.