O homem tem um risco maior de morrer jovem do que as mulheres, em qualquer idade, mas o perigo é particularmente maior entre 20 e 24 anos, quando seu espírito aventureiro está mais aguçado.Pesquisadores, que avaliaram o risco de morte prematura na população masculina de 20 países, descobriram que nos Estados Unidos, em 1998, os homens com mais de 50 anos estavam duas vezes mais propensos a morrer do que as mulheres. O risco maior se manteve mesmo depois de 80 anos.
"Atualmente, ser do sexo masculino é o maior fator demográfico para morte prematura", disse Randolph Nesse à revista New Scientist na quarta-feira.
O pesquisador, da Universidade de Michigan, em Ann Arbor, acredita que as descobertas podem ter importantes implicações na saúde pública.
"Se a taxa de mortalidade masculina puder ser igualada à feminina, estaríamos fazendo mais bem do que curando o câncer", acrescentou ele.
A pesquisa mostra que, na Colômbia, os homens na casa dos 20 estão cinco vezes mais propensos a morrer do que as mulheres da mesma idade.
O risco mais elevado é confirmado por dados da Irlanda, Austrália, Rússia, Cingapura e EUA, onde 375 mil vidas ou mais poderiam ser salvas anualmente se o risco de morte entre os homens fosse o mesmo do feminino.
Independentemente da morte ser por doenças cardíacas, câncer, acidentes de carro ou homicídios, a diferença entre os sexos se mantém. A disparidade é maior na casa dos 20 e novamente na casa dos 60, quando os homens têm um risco maior de sofrer doenças.
A equipe acredita que diversos fatores são responsáveis pela disparidade, como crescimento populacional, disseminação de doenças infecciosas e melhoras na saúde pública, que podem ter beneficiado mais as mulheres do que os homens.
"Os avanços tecnológicos também podem ter influenciado, ao dar aos homens armas mais poderosas e carros mais rápidos", segundo a revista.