Cerca de 4 milhões de norte-americanos têm hepatite C e essa é a infecção viral crônica mais comum nos Estados Unidos. Muitos pacientes desenvolvem inflamação crônica do fígado e cerca de 20% das pessoas com a doença têm cirrose, uma cicatrização grave e potencialmente fatal do fígado. A cirrose aumenta o risco de câncer no fígado.

A hepatite é transmitida pelo contato com sangue e outros fluidos corporais, mas a rota de transmissão é indeterminada em uma grande porcentagem de infecções. As pessoas que compartilham agulhas de drogas injetáveis têm um risco maior de contrair a enfermidade. Foram relatados casos de disfunção erétil em homens com hepatite C, mas não se sabe se o responsável é o vírus ou a má função hepática causada pela infecção. Uma droga usada no tratamento da doença, o interferon alfa, é outro suspeito.

Uma equipe liderada por Clodoveo Ferri, da Universidade de Pisa, na Itália, comparou a frequência da disfunção erétil em 207 homens com hepatite C e outros 207 saudáveis. Entre aqueles com hepatite C, 39% tinham disfunção erétil, em comparação a 14% dos saudáveis, de acordo com a pesquisa publicada no Journal of the American Medical Association.

Nem a presença de insuficiência hepática nem a terapia com interferon alfa pareceram afetar o risco de impotência, de acordo com os pesquisadores. "Entretanto, tanto a insuficiência hepática quanto o interferon alfa podem contribuir para a disfunção erétil e o tratamento deve ser individualizado", disseram eles. A equipe sugere que o tratamento antiviral pode aliviar a impotência e recomenda o estudo dessa abordagem em ensaios clínicos. Os pesquisadores também aconselham os médicos a considerar a hepatite C ao diagnosticar a disfunção erétil.

Reuters