O tamanho e a estética do pênis foram campeões nas dúvidas dos mais de 2.000 homens que procuraram um serviço gratuito de orientação sexual. Entre as mulheres a maioria das consultas foi sobre a falta de orgasmo, de acordo com uma pesquisa divulgada na última quarta-feira em São Paulo.
Segundo o sexólogo Alfredo Romero, diretor do Instituto Brasileiro para Saúde Sexual (Ibrasexo), que oferece o serviço, o tamanho do pênis é uma preocupação constante entre os homens. "Mesmo os que têm tamanho normal, ou até acima da média, se preocupam, pois pensam que o tamanho é significativo no prazer sexual", afirmou.Dos 2.202 homens que recorreram ao serviço por telefone, fax, carta ou e-mail, 28% fizeram perguntas sobre a estética peniana (as dimensões e a forma do pênis), 16,71% tinham dúvidas sobre ejaculação precoce e 9,83%, sobre disfunção erétil. Romero citou um estudo da Academia Americana de Faloplastia que também mostrava que o tamanho do pênis liderava as preocupações masculinas. "Perguntaram aos homens que parte do corpo gostariam de melhorar e 85% deles citaram o pênis", explicou.
Essa inquietação nem sempre corresponde à realidade. Segundo o especialista, um levantamento feito pelo instituto que dirige mostrou que entre 900 homens analisados a média foi de 14 cm (com o pênis em ereção). "O normal é entre 12 e 16 cm", afirmou. No caso das mulheres, que representaram 16,4% do total das pessoas que procuraram o serviço, a preocupação maior foi em relação à falta do orgasmo (4,64%) e a alterações do desejo (4,29%).
Segundo o médico, algumas inquietações das mulheres por vezes são decorrentes de problemas que dizem respeito aos homens. "A falta de informações sobre a sexualidade humana faz com que a mulher não saiba que não tem orgasmo porque seu parceiro apresenta ejaculação precoce", disse. No geral as perguntas sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) representaram 4,03%. Dessas, 30% foram sobre Aids. Informações e esclarecimentos sobre métodos anticoncepcionais representaram 2,41% de todas as dúvidas encaminhadas ao serviço.
Romero acredita que a incidência menor de perguntas sobre doenças relacionadas à vida sexual seja devido à maior divulgação de informações sobre esses assuntos, como campanhas para prevenção da Aids, que estimulam o uso de preservativos. O serviço recebeu 2.897 perguntas relacionadas à sexualidade humana entre agosto de 2001 e julho de 2002. Os homens foram a maioria dos que fizeram consultas, mais de 80%. Apenas 16% foram mulheres.