Como evitar e tratar os distúrbios alimentares
"As causas psicológicas profundas da bulimia e da anorexia podem estar ligadas ao desejo de auto-destruição, que pode se manifestar de diversas formas, seja pela drogadição, pela compulsão por comer ou pela rejeição do alimento, isto é, da energia vital", explica a psicóloga Márcia Santos. Mas, de maneira geral, os transtornos alimentares decorrem dos padrões de beleza distorcidos da sociedade ocidental. Como descreve a psiquiatra colombiana Lucrecia Ramirez, estudiosa o tema, "nossa sociedade tem uma percepção anormal sobre o ideal de beleza da mulher". Mas a psiquiatra observa que, no caso da anorexia, essa percepção anormal é criada dentro do imaginário feminino, e nada tem a ver com o que os homens gostam: "Eles preferem as curvas e tendem a ser menos exigentes com as imperfeições". O exemplo também é fundamental: além da mídia, que lucra milhões de dólares com modelos magérrimas (e nem sempre saudáveis), Lucrecia chama atenção para o fato de que, muitas vezes, as mães obcecadas por manter o peso influenciam suas filhas pequenas, que aprendem a rejeitar a comida. Sendo assim, o tratamento dos transtornos alimentares implica uma série de questionamentos e reelaborações. O psiquiatra Gustavo Adolfo Constain explica que o tratamento é longo e exige atenção permanente: as recaídas são comuns, pois o ganho de peso, que é o objetivo imediato do tratamento, causa horror às doentes. Também é preciso alimentá-las aos poucos, já que seu corpo está desacostumado à comida. Além disso, é preciso que uma equipe multidisciplinar, formada por médicos, nutricionistas e psicólogos acompanhe a paciente, juntamente com sua família. Juan Carlos Jaimes e Laura Cánepa/Redação Terra
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