"Quatro anos atrás, no Milan, eu descobri que sofria de um distúrbio chamado hipotireoidismo, que desacelera o seu metabolismo. E que, para controlar, eu teria que tomar hormônios, o que no futebol não é permitido, pois seria doping". Essa foi a declaração do ex-jogador Ronaldo para anunciar sua aposentadoria.
O aumento de peso do jogador e a queda do seu rendimento no campo fizeram o Fenômeno sofrer várias críticas, tanto da imprensa como da torcida. Após revelar seu problema com a tireoide, passou-se a questionar se seria este o motivo real para a aposentadoria do jogador.
Para o endocrinologista Tércio Rocha, o jogador poderia tomar tranquilamente os hormônios e continuar a jogar. “Não seria considerado doping, pois os hormônios são produzidos naturalmente pelo corpo. Ele estaria apenas repondo algo que o corpo já não produz mais”, afirmou.
A opinião é compartilhada pelo também endocrinologista Ronaldo Neves, médico do Instituto Estadual de Diabetes (IEDE), que enfatiza o equívoco na declaração do ex-jogador.
"Ser pego no antidoping por causa do hormônio da tireoide é um fato que não pode ocorrer. A utilização do hormônio masculino (testosterona) poderia ser classificada como doping, pois aumenta o desempenho do atleta, mas os hormônios da tireoide não oferecem vantagem, muito pelo contrário, se usados em excesso pode trazer desvantagens para quem os usa", disse o médico.