Os esforços de prevenção contra a Aids nos Estados Unidos, incluindo programas para promover o uso de preservativos e uma atenção especial aos usuários de drogas injetáveis, evitaram milhares de mortes no país, apontaram pesquisadores.Embora o número de novas infecções tenha se mantido em torno dos 40 mil por ano na última década, muito mais pessoas se infectariam com o vírus da Aids se os programas de prevenção não estivessem em ação, disseram cientistas no fim de semana.
Não seria difícil imaginar o que aconteceria sem os esforços para prevenção da Aids. A maioria dos casos de HIV está na África, em países muitos pobres sem condições de controlar o vírus incurável e fatal.
David Holtgrave, professor de Política de Saúde na Universidade Emory, em Atlanta, analisou taxas de infecção nesses países e usou modelos científicos teóricos de epidemias.
Ele comparou quatro diferentes cenários do progresso da epidemia de Aids nos EUA. O número de infecções potenciais evitadas fica entre 200 mil e 1,5 milhão, escreveu ele na revista Aids.
Cerca de 5 milhões de norte-americanos correm o risco de se contaminarem com o HIV -- 1 milhão de usuários de drogas injetáveis e 4 milhões de homens e mulheres sob o risco de serem infectados através do sexo sem proteção.
Grande parte dos programas de prevenção é voltada para esses grupos. "Os programas abrangem aconselhamento, testes, redução de riscos e intervenções em um pequeno grupo de risco", disse Holtgrave.
No caso de 200 mil mortes evitadas, Holtgrave estima que custa cerca de 50 mil dólares para evitar cada infecção, gasto bem inferior aos 150 mil a 195 mil para tratar a doença para o resto da vida da vítima.
Se o número atual de infecções evitadas chegasse próximo a 1,5 milhão, o gasto por infecção prevenida seria de 6.400 dólares.
Em todo o mundo, 25 milhões de pessoas já morreram em decorrência da Aids. Nos EUA, desde o início da epidemia, na década de 80, 450 mil pessoas morreram.