Os programas brasileiros de prevenção do HIV/Aids junto aos usuários de drogas injetáveis vão receber um adicional de 3,8 milhões de dólares até junho de 2003, informou o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime (ODC) na segunda-feira."Esse adicional será gasto em atividades que deveriam ser encerradas em dezembro deste ano, mas serão estendidas até junho de 2003", disse Giovanni Quaglia, representante do ODC no Brasil, à Reuters.
O valor será fornecido pelo governo brasileiro, de acordo com o ODC e a Coordenação Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde.
Quaglia explicou que as ações de prevenção ao HIV/Aids junto aos usuários de drogas encontram-se atualmente na segunda fase, atendendo cerca de 65 mil pessoas em todo o país. Essa etapa será concluída em junho do próximo ano e no mês seguinte deverá ser iniciada a terceira fase, segundo ele.
"Essa é uma etapa de consolidação e preparação, para que as instituições estaduais e municipais possam ser auto-suficientes e consigam gerir as ações de forma independente", explicou Quaglia. "Essa fase deve durar mais dois ou três anos e estamos em negociação bastante avançada com o Banco Mundial."
De acordo com Quaglia, o projeto brasileiro é pioneiro em todo o mundo e um exemplo a ser seguido pela comunidade internacional. Desenvolvidas desde 1994, em parceria entre a Coordenação Nacional de DST/Aids, o ODC e o Banco Mundial, as atividades conquistaram resultados de grande impacto.
Segundo a coordenação, em 1991, os casos de HIV/Aids entre usuários de drogas representavam cerca de 26 por cento do total. Em 2002, a porcentagem caiu para 8 por cento.
Os programas baseiam-se no princípio de redução de danos, que incluem a troca de seringas e envolvem mais de 250 organizações não-governamentais (ONGs). "Como 80 por cento dos usuários moram em locais de difícil acesso, como favelas, é importante a atuação de nível comunitário para que o programa possa chegar até ele", disse Quaglia.