Exames de urina podem ser uma forma simples e eficaz de identificar a contaminação pelo HIV em comunidades de alto risco, informaram pesquisadores na edição de dezembro do Journal of Acquired Immune Deficiency Syndromes."Acreditamos que os exames de urina podem ser, no mínimo, uma ferramenta útil para identificar infectados pelo vírus da AIDS que não fizeram o exame de sangue", disse o pesquisador Joseph B. Margolick, da Johns Hopkins University, em Baltimore, à Reuters Health.
A equipe de cientistas coordenada por ele levanta a hipótese de que métodos de exame não invasivos aplicados em áreas de alto risco "poderiam detectar muitos infectados que não se submeteriam a outro tipo de teste."
Para descobrir a utilidade do exame de urina, os pesquisadores avaliaram mais de 1.700 pessoas, durante um período de cerca de três anos, em sessões de um a dois dias em locais como igrejas, refeitórios e salões comunitários, além de locais onde os testes eram realizados.
No geral, 210 pessoas (12 por cento) eram HIV positivo. Dessas, 169 (80 por cento) nunca haviam feito exame ou haviam tido resultados negativos. Teste com amostra de sangue realizado em um subgrupo de 86 pessoas com resultados positivos tanto no exame de sangue padrão quanto no de urina para identificar a presença de HIV confirmou os resultados em 83 (97 por cento).
No total, 87 por cento do grupo com resultado positivo voltou para receber o resultado, e a maioria foi encaminhada para atendimento médico. Os autores lembraram que indivíduos examinados em locais comunitários tendem a retornar para conhecer os resultados.
Margolick ressaltou que essa abordagem "poderia ajudar a melhorar a vigilância da infecção por HIV em áreas onde ela é relativamente comum e ajudaria os contaminados a ter acesso aos tratamentos capazes de melhorar sua saúde."