Os cientistas descobriram que o repolho fermentado produziu uma grande quantidade de outros tipos de compostos, conhecidos como isotiocianatos, os quais têm mostrado, em experiências "in vitro" e em estudos com animais, prevenir o crescimento do câncer, especialmente nas mamas, cólon, pulmões e fígado.

Os isotiocianatos são encontrados em muitos alimentos, incluindo vegetais crucíferos - como o brócolis e a couve-de-bruxelas - e no wasabi - um condimento picante japonês, conhecido no Brasil como raiz forte.

No entanto ainda não está claro se os isotiocianatos têm o mesmo efeito em seres humanos.

No atual estudo, divulgado na edição de 23 de outubro do Journal of Agricultural and Food Chemistry, os pesquisadores analisaram os componentes de repolho branco fermentado e transformado em chucrute. O vegetal cru é rico em glucosinolatos, outro tipo de componente capaz de combater o câncer.

De acordo com o experimento, o processo de fermentação "quebra" o glucosinolato em isotiocianatos e outros componentes que podem combater o câncer. Estudos anteriores mostraram que os isotiocinatos estimulam a autodestruição de células pré-cancerosas no sistema digestivo, um processo conhecido como apoptose, uma espécie de "suicídio celular".

"Nosso estudo mostra que o repolho fermentado pode ser uma boa fonte de compostos bioativos derivados de plantas, tais como os produtos da quebra dos glucosinolatos", disse a coordenadora do estudo, Eeva-Liisa Ryhanen, à Reuters Health.

"Alguns desse componentes mostraram efeitos anticarcinogênicos "in vivo" em modelos animais. Para mostrar os efeitos de combate ao câncer do chucrute em humanos são necessários estudos clínicos (em humanos)", completou Ryhanen, do MTT Agrifood Research Finland, em Jokioinen.

A pesquisadora afirmou que agora o grupo de pesquisa está investigando maneiras de otimizar o processo de fermentação para que o chucrute possa ser ainda mais saudável.

Reuters Health