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Estudo italiano levanta novas suspeitas sobre celulares
Quinta, 24 de outubro de 2002, 09h37

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Pesquisadores italianos levantaram novas suspeitas do risco à saúde representado pelo uso de telefones celulares. Em um estudo, eles mostraram que as ondas de rádio dos aparelhos fazem com que as células cancerosas cresçam mais agressivamente.

Fiorenzo Marinelli e sua equipe, do Conselho Nacional de Pesquisa, em Bologna, expuseram células de leucemia a ondas de rádio contínuas por 48 horas, em laboratório. Inicialmente, as ondas mataram as células do câncer, mas depois fizeram com que as sobreviventes se replicassem mais rapidamente.

"Não sabemos quais seriam os efeitos sobre as células humanas saudáveis", disse Marinelli na edição desta quarta-feira da revista New Scientist.

O câncer desenvolve-se quando os sinais de controle em uma célula normal funcionam de forma errada e resulta em uma célula anormal. Em vez de se destruir, a célula mutante continua se dividindo e forma um nódulo ou tumor.

No estudo italiano, depois de 24 horas, 20 por cento mais células da leucemia morreram comparadas às saudáveis. No entanto, uma exposição maior às ondas de rádio ativou genes nas células cancerosas sobreviventes, em um tipo de mecanismo de defesa, para que elas se dividissem agressivamente.

Os resultados da pesquisa não mostram nenhuma ameaça direta à saúde humana, mas apóiam as crenças de alguns cientistas de que a radiação pode danificar o DNA e destruir o sistema de reparo celular.

Contudo, estudos com animais, incluindo um recente feito por pesquisadores australianos no Instituto de Ciência Médica e Veterinária de Adelaide, indicaram que a radiação dos celulares não provoca o crescimento de tumores.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu mais pesquisas sobre os possíveis perigos dos aparelhos celulares e alertou a população para limitar o uso dos telefones.

Uma pesquisa do governo britânico concluiu que não há provas de que os celulares são um perigo para a saúde, mas orientou os pais a desencorajar o uso excessivo dos telefones entre as crianças, cujos cérebros estão em desenvolvimento.

Reuters

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