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Droga torna células cancerosas sensíveis ao tratamento
Segunda, 28 de outubro de 2002, 20h36

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Uma nova droga que destrói o "escudo" protetor das células cancerosas poderia melhorar a eficácia da radioterapia e da quimioterapia.

O professor Hilary Calvert, da Universidade de Newcastle, na Inglaterra, disse durante uma conferência médica na segunda-feira que os tratamentos de combate ao câncer agem ao danificar o DNA celular.

Todas as células sofrem danos diários provocados pelo oxigênio e por substâncias químicas circulantes no corpo e têm uma espécie de kit de reparo. Nas células cancerosas, no entanto, o kit serve como proteção e reduz a eficácia da terapia.

A nova droga TBI699 bloqueia a ação das enzimas PARPS, auxiliares do processo de reparo celular, e torna as células mais sensíveis à radioterapia e às drogas de combate ao câncer.

"Esta droga evita que as células façam o reparo e poderia fazer com que as drogas e a radioterapia funcionassem melhor", disse Calvert.

Testes em laboratório e estudos com animais demonstraram que a droga pode sensibilizar as células do câncer ao tratamento, sem produzir efeitos colaterais.

A equipe espera começar os testes clínicos em pacientes com melanoma, forma mais mortal de câncer de pele. Eles planejam combinar a droga à quimioterapia em um estudo nos próximos meses.

A droga seria injetada e agiria por cerca de seis horas contra vários tipos de câncer incluindo tumores no cérebro, pele, cólon, ovário e câncer de pulmão de células pequenas.

Calvert disse, durante o primeiro encontro anual do grupo Cancer Research UK, que a droga age em células normais e cancerosas, mas os efeitos da combinação dos tratamentos são maiores em células cancerosas.

"Estamos tentando fazer uma abordagem diferente e sabemos, a partir de experiências feitas, que a toxicidade do inibidor do PARP será muito baixa", explicou Calvert.

Reuters

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