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Terapia com células de defesa pode barrar avanço tumoral
Terça, 12 de novembro de 2002, 12h19

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Cópias idênticas (clones) de um tipo de célula do sistema de defesa do próprio corpo podem interromper o crescimento de tumores em pacientes com melanoma em estágio avançado, a forma mais mortal de câncer de pele. Em alguns casos, o tratamento com esses clones pode até provocar a diminuição do tamanho dos tumores, sugeriram os resultados de um estudo feito com um pequeno grupo de pacientes.

A equipe de Cassian Yee, do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson, em Seattle (Estado de Washington), realizou um experimento com dez pacientes afetados por melanoma em estágio avançado. Os pesquisadores extraíram de cada paciente um tipo de célula imunológica especialmente programada para atacar melanomas. Em entrevista à Reuters Health, Yee explicou que, de um modo geral, cada paciente apresenta um pequeno número dessas células - um tipo especial de célula T. Essas células, porém, ocorrem no organismo em quantidade insuficiente - muitas vezes, elas também não são funcionais - e, por esses motivos, não conseguem combater sozinhas o câncer.

Na edição antecipada on-line da revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a equipe de Yee informou ser possível extrair algumas dessas células T dos pacientes, produzir em laboratório inúmeras cópias (clones) e, em seguida, reinjetar uma grande quantidade delas no mesmo paciente com a finalidade de impedir a disseminação do tumor. Quando os pesquisadores introduziram as células T clonadas nos dez participantes do estudo, verificaram que os tumores de cinco pacientes pararam de crescer durante um ano, em média. Em outros três casos, o câncer pareceu diminuir de tamanho. O tratamento, porém, não impediu o avanço dos tumores de outros dois pacientes.

Quase todas as pessoas tratadas tiveram febre branda, dor de cabeça e dores pelo corpo - sinais comuns de que o organismo está desenvolvendo uma resposta imunológica, explicou Yee. Apenas um paciente apresentou erupções cutâneas. Segundo o coordenador do estudo, a técnica pareceu beneficiar os pacientes por impedir a disseminação dos tumores. No entanto, ela não erradicou o câncer. "Não havia expectativa de que a abordagem que desenvolvemos curasse os pacientes", disse o pesquisador.

Yee afirmou, porém, que pequenos ajustes no procedimento -- que podem surgir com a determinação da forma como os tumores evitam o ataque das células T e com a verificação da possibilidade de a técnica funcionar melhor em pacientes com a doença em estado menos avançado - podem gerar melhores resultados. Atualmente, muitos cientistas trabalham com técnicas de combate a tumores que se baseiam no uso de anticorpos, proteínas produzidas pelo sistema imunológico para suprimir infecções, comentou Yee. As células T, no entanto, oferecem algumas vantagens sobre os anticorpos, observou o pesquisador. Segundo ele, uma vez injetadas no paciente, as células T desenvolvidas para atacar tumores podem permanecer no organismo e, desse modo, evitar a recorrência de tumores. Já os anticorpos são eliminados do organismo após a administração.

Além disso, as células T podem recrutar outras células para ajudar no combate dos tumores, lançando um ataque possivelmente mais forte, acrescentou o pesquisador. Uma célula T "pode ter mais coisas a sua disposição para cuidar do tumor", explicou Yee. No trabalho atual, os pesquisadores conseguiram ainda superar outra barreira que dificultava o uso da terapia antitumoral com células T. Para sobreviver no organismo, as infusões de células T necessitam de uma quantidade extra de uma substância que age como fator de crescimento. Em tentativas anteriores de usar células T contra o câncer, foi preciso dar aos pacientes doses elevadas do fator de crescimento após a infusão de células T, procedimento que pode ser tóxico, explicou Yee. As células T usadas no estudo atual, porém, já foram mais sensíveis ao fator de crescimento e necessitaram de uma quantidade menor dessa substância para sobreviver, comentou o coordenador do trabalho.

Os pesquisadores também identificaram células T que agem contra outros tumores, como os de próstata, mama, pulmão e cólon. Até o momento, no entanto, os resultados mais promissores foram observados no tratamento de pacientes com melanoma, disse Yee. A equipe continua investigando os benefícios da terapia com células T, mas não está aceitando a inclusão de novos voluntários na pesquisa.

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