A criação de um método para medir o nível de um hormônio de crescimento de um tumor pode ajudar a identificar quais pacientes de câncer de mama podem ser submetidas a tratamento convencional, disse um grupo de cientistas americanos. Essa é a conclusão principal de um estudo realizado por cientistas da Universidade do Texas e do Centro de Oncologia de Houston a quase 400 pacientes de câncer de mama.Em um relatório que será publicado na revista "The New England Journal of Medicine", os pesquisadores informam que o estudo estabeleceu que as pacientes com níveis altos de proteína ciclina E em seus tumores tinham 13 vezes mais possibilidades de morrer em 11 anos em comparação com aquelas cujos níveis eram baixos.
O grupo de pesquisadores, liderado por Khandan Keyomarsi, da Universidade do Texas, assinala que o teste para determinar os níveis da proteína ciclina é oito vezes mais preciso que outros métodos de prognosticar a gravidade do câncer de mama em seus primeiros períodos. "Se for desenvolvido um teste fácil de aplicar, este pode ter importantes aplicações terapêuticas, sobretudo em pacientes que estão nos primeiros períodos da doença, muitas das quais recebem tratamento tóxico com pouco benefício", assinalam os pesquisadores no artigo.
Keyomarsi explica que a técnica também poderia ser aplicada ao câncer de ovários ou de pulmões. Além disso, foi detectada uma presença em altos níveis da proteína em cânceres de bexiga e de pele, assinala. A relação entre a proteína e o avanço do câncer foi descoberta quando os cientistas determinaram que depois de cinco anos nenhuma das pacientes com níveis baixos tinha morrido.
Ao contrário, as doze pacientes que tinham os níveis mais altos da ciclina E morreram depois desse tempo. No entanto, em um comentário que acompanhou o estudo, Robert Sutherland e Elizabeth Musgrove, cientistas do Instituto Garvan de Pesquisa Médica da Austrália, advertiram que é possível que a presença da proteína não constitua um indicador fiel de sobrevivência no câncer de mama.
Eles assinalaram que é possível que os níveis de ciclina E sejam simplesmente um reflexo de outras mudanças químicas diretamente vinculadas ao crescimento do câncer de mama e sua propagação.