Crianças de apenas 12 anos de idade que têm câncer e vão se submeter a tratamento de radiação ou quimioterapia deveriam ter esperma recolhido e congelado para garantir que possam ser pais no futuro, disseram cientistas na quinta-feira.Tratamentos contra diversos tipos de câncer infantis podem deixar meninos inférteis. Pesquisadores do Hospital University College, em Londres, demonstraram que o congelamento de amostras de esperma de pré-adolescentes pode permitir que eles se tornem pais no futuro.
O congelamento de esperma é oferecido rotineiramente a adultos com câncer antes do tratamento e, para Guluam Bahadur, os meninos deveriam ter a mesma oportunidade. "Acreditamos que o banco de esperma deveria ser oferecido a todos os meninos a partir de 12 anos submetidos a tratamento anticâncer. Pode até ser o caso de considerar meninos a partir de 10 anos, com a condição de que eles entendam as questões básicas", explicou ele.
Em um estudo com 238 pacientes jovens com câncer, Bahadur e colegas verificaram que 87 por cento dos meninos de 12 a 20 anos podiam fornecer amostras de esperma capazes de serem congeladas. A pesquisa foi publicada na revista Human Reproduction.
De acordo com Bahadur, o aconselhamento e o apoio são vitais, mas os bancos de esperma podem oferecer benefícios médicos e psicológicos a pacientes jovens com câncer. "Os pais e médicos não devem deixar de pedir aos jovens adolescentes com câncer para dar amostras de esperma", acrescentou.
Em um outro estudo publicado na revista, cientistas japoneses deram novas esperanças a meninos mais jovens ainda que tenham câncer mas ainda não produzem espermatozóides.
Eles descreveram como removeram testículos imaturos de camundongos e os transplantaram em outros animais que não produziam espermatozóides. O tecido transplantado amadureceu e produziu espermatozóides no camundongo receptor. Depois eles foram coletados e usados para criar animais saudáveis.
"A proteção de fertilidade é um problema clínico urgente para todos os pacientes jovens com câncer submetidos a tratamento de radiação ou quimioterapia", disse Atsuo Ogura, do Instituto de Pesquisa Médica e Química, em Ibaraki, no Japão.