Um estudo mostra que as mulheres jovens que não têm ciclos menstruais normais, sem ocorrência de gravidez, podem estar desenvolvendo insuficiência prematura do ovário e devem procurar um médico o mais rápido possível.A insuficiência prematura do ovário ocorre quando param de produzir hormônios precocemente, normalmente antes dos 40 anos. As mulheres com o problema deixam de menstruar e apresentam maior perda óssea ao longo do tempo, o que eleva o risco de osteoporose e fraturas ósseas.
Cerca de 1% das norte-americanas sofrem de insuficiência do ovário aos 40 anos, de acordo com um comunicado dos Institutos Nacionais de Saúde, que financiaram o novo estudo. Os resultados mostraram que a maioria das mulheres com a doença pode não perceber a ausência da menstruação como importante do ponto de vista médico, o que atrasa o diagnóstico da insuficiência prematura do ovário e o tratamento para prevenir a perda óssea.
"Como a falta da menstruação é um sintoma comum em mulheres jovens, é compreensível que mais de metade das pacientes não estava preocupada no começo", disse Lawrence Nelson, do Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano (NICHD), em Bethesda (Maryland). "Mas o atraso na avaliação e no tratamento da insuficiência do ovário pode colocar mulheres jovens sob risco maior de osteoporose nos anos seguintes", explicou ele.
Para entender melhor o reconhecimento e o diagnóstico da doença, a equipe entrevistou 48 mulheres diagnosticadas com insuficiência prematura do ovário. A idade média das participantes foi de 34 anos. Noventa e dois por cento disseram que um distúrbio no ciclo mentrual foi o primeiro sintoma da insuficiência prematura do ovário, de acordo com o estudo publicado na edição de maio da revista Obstetrics & Gynecology.
Entretanto, metade afirmou que não acreditava que o fato de não menstruar era uma questão de saúde importante, nem achava que o ovário é uma fonte importante de hormônios. Quarenta e seis por cento achavam que sabiam pouco sobre a saúde menstrual, indicou a pesquisa.
Mais da metade das mulheres procurou três ou mais médicos antes de receber o diagnóstico de insuficiência prematura do ovário. E uma em quatro mulheres disse que levou mais do que cinco anos para ser diagnosticada com a doença, de acordo com os autores da pesquisa. "Diversas mulheres disseram que, olhando para trás, gostariam de ter procurado um médico antes e de ter sido mais insistentes na necessidade de um exame laboratorial precocemente", disseram eles.
Em um comunicado, Nelson ressaltou que é relativamente fácil detectar a insuficiência do ovário com um exame de sangue para FSH, um hormônio reprodutivo. "Ao lidar com a osteoporose, um pouco de prevenção vale a pena." "Essas descobertas sugerem que as mulheres e os médicos podem querer pecar pela prevenção e avaliar irregularidades menstruais precocemente", disse Duane Alexander, diretor do NICHD.
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