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Exame de urina pode identificar tendência a Alzheimer
Terça, 26 de novembro de 2002, 14h09

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Medir os níveis de um hormônio do estresse presente na urina poderia identificar homens com um risco maior de perda de memória relacionada à idade, sugeriu uma pesquisa. Pesquisadores verificaram que um aumento na epinefrina (mais popularmente conhecida como adrenalina), hormônio liberado em momentos de esforço emocional e físico, relaciona-se a uma deterioração mental maior em homens na casa dos 70 anos.

Medir as taxas hormonais poderia ajudar a identificar pacientes com risco de desenvolver o mal de Alzheimer, disse Arun Karlamangla, coordenador do estudo, à Reuters Health.

Karlamangla, pesquisador da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, enfatizou que não recomenda o uso do exame até que os pesquisadores verifiquem se a redução dos níveis de epinefrina pode ser útil para prevenir problemas. "Sabemos que os hormônios do estresse indicam piores condições de saúde", disse o especialista. O que não se sabe é se a redução dessas taxas hormonais melhora a situação. O especialista apresentou o trabalho durante o encontro anual da Gerontological Society of America, no sábado.

Estudos anteriores demonstraram que os níveis sanguíneos de hormônios do estresse como epinefrina, norepinefrina e cortisol ligam-se a um risco maior de mortalidade, doença cardíaca, deterioração mental e abatimento em idosos. A equipe de Karlamangla analisou 154 homens e mulheres na casa dos 70. Os voluntários não estavam internados em asilos e eram física e mentalmente saudáveis.

Em 1988, os pesquisadores coletaram urina dos pacientes e registraram os níveis de epinefrina. Também mediram as funções mentais com testes de linguagem, memória e abstração. O grupo passou por nova análise após dois anos e meio e após sete anos.

Depois de considerar outras variáveis, como sexo do paciente, pressão sanguínea e nível de cortisol - hormônio do estresse associado a deterioração mental em mulheres - os pesquisadores verificaram que, pelo menos nos homens, aumentos maiores na epinefrina relacionavam-se a prejuízos maiores à função mental. Os voluntários do sexo masculino que tiveram aumento na epinefrina durante os primeiros dois anos e meio foram mais propensos ter a memória e a função mental prejudicadas nos quatro anos e meio posteriores.

"Assim como a hipertensão e os altos níveis de colesterol, taxas elevadas de cortisol ou epinefrina poderiam funcionar como indicadores de problemas futuros", disse Karlamangla à Reuters Health. "Sabemos que a redução da pressão e do colesterol melhora a saúde, mas ainda não sabemos se ocorre o mesmo com os hormônios do estresse."

Karlamangla observou que pesquisas anteriores relacionaram saúde à renda e situação social. Os resultados reforçam a teoria de que "as elevações nos níveis de hormônios do estresse poderiam ser o mecanismo pelo qual uma situação social e econômica ruim prejudica a saúde."

Ele recomenda mais estudos para "identificar os hábitos, medicamentos e fatores sociais que afetam os níveis de hormônios do estresse e para desenvolver intervenções capazes de reduzi-los."

Reuters Health

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